segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Por quem os sinos dobram ?

A frase tatuada no braço de Fábio Andrade traduz sua vida. Desde pequeno trabalhou como estivador , quando perguntei lhe sobre a infância e sua relação com o Rio Acre foi direto : " não tive infância, trabalho desde pequeno com minha vó", continuou .
Fábio é um dos personagens do filme " O MERGULHO" . Também é um dos três jovens que pulou da ponte . Fábio está paraplégico. Aos 27 anos, com a cabeça cheia de birita, depois de um desafio entre os outros dois amigos, resolveu mergulhar no Rio Acre, da ponte com mais d 50 mts de altura, no rio seco.
Ainda na água, para respirar, preocupou - se com o tênis novo que escapou do pé e descia rio abaixo. Foi puxado para as margens pela polícia que pensou em dar umas porradas nele e que jogou sua carteira com todos os documentos no rio. Só não apanhou pois um dos policiais se sensibilzou e conveceu o companheiro a não lhe encher de porrada. Enquanto curiosos o cercava , Fábio percebeu que não sentia as pernas.
No pronto socorro, Fábio ainda consegiu ver um outro jovem que também cairia da ponte, um assaltante, morto pela policia. Chegou agonizando no hospital e morreu do seu lado. Fábio então não dormiu mais, temia a morte.
O atendimento a partir daquele dia foi o pior possível. Teve ferros colocados no fêmur quebrado, nem precisou de anestesia, pois não sentia dor. Teve alta.
Foi mandado pra casa aonde está agora numa cama, na sala. A casa é simples. Sem infra nenhuma para um deficiente.
Fábio tem esperanças de voltar a andar e sente muitas dores na coluna. O pé está atrofiando e a voz é mansa suave, mas nunca conformada.
Durante a entrevista Fábio disse que trabalha desde cedo , pois sempre quis ser independente. Pensei em perguntar como ele se sentia agora, dependendo de todos o tempo todo. Não ousei.
Ficou a porrada em nossos estômago. Até aonde podemos ir e fazer alguma coisa?
Por quem os sinos dobram ?

O mergulho

Começamos ontem a filmar o Doc Tv " O MERGULHO", direção de Silvio Margarido.
Fizemos uma viagem pelo Rio Acre que levou o dia todo, ainda comemos uma deliciosa galinha caipira no Riozinho do Rôla. Foi bom lembrar de velhos amigos do Rio nos papos com o técnico de som carioca Pedro de Sá. O rio inspira, não tinha esta visão do Rio Acre, na volta , vimos várias praias cheias de crianças brincando, uma festa !
mesmo com toda a pressão, resiste o rio.

Carta Aberta à Claudia Leitte *

* por Tony Reis

Claudia Leite, sou Toni Reis, 44 anos, paranaense, moro em Curitiba. Sou Gay, sou casado com meu marido David Harrad há 18 anos e sou muito feliz e realizado como profissional e pessoa. Atualmente, sou presidente da Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT) que é uma entidade nacional que congrega 203 organizações afins, o que reflete parte da minha trajetória, mas neste momento, quero fazer um depoimento pessoal.

Claudia Leitte, gostaria de dizer que amo você pelo talento com que você se expressa. Seu repertório, sua alegria de viver que para passa mim. Sou seu fã de carteirinha. Simplesmente adoro você e ademais você é linda.

Com relação à sua entrevista sobre a nossa questão na qual você disse “Eu adoro os gays, mas prefiro que meu filho seja macho” e seu marido Márcio Pedreira, completou. "Deus me livre (do filho ser gay). Ele será bem criado".

Quero dizer que fiquei muito decepcionado com a noção errônea de que é a criação que faz com que alguém seja gay, ou não.

Tudo isso me fez lembrar o que aconteceu comigo quando, aos meus 14 anos, falei para minha mãe: “Mãe, sou gay.”

Quando falei para minha mãe e minha família, todos e todas ficaram chocados e tentaram durante seis anos da minha vida (o que foi um inferno na terra) me “curar” de todas as maneiras. Levaram-me para a Policlínica da cidade de Pato Branco e pediram para ser examinado por um médico, achando que eu tinha um problema médico. Mas o médico falou que eu não tinha um problema de saúde, e que homossexualidade não é doença, e me encaminhou para uma psicóloga. Ela também me falou que a homossexualidade não constitui doença, nem distúrbio e nem perversão. Na verdade, ela estava bem à frente do seu tempo, visto só foi em 1999 que o Conselho Federal de Psicologia baixou uma resolução que entre outras determinações, estabelece: “os psicólogos não exercerão qualquer ação que favoreça a patologização de comportamentos ou práticas homoeróticas, nem adotarão ação coercitiva tendente a orientar homossexuais para tratamentos não solicitados.”

Mas, não contente, minha família Católica, que bem me criou, pediu para eu falar com o falecido padre da nossa cidade de Quedas do Iguaçu , e o mesmo pediu para eu me afastar do Encontro Vocacional e da Santa Comunhão, até que eu me curasse do “pecado nefando”. Pediu que fizesse uma novena para Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, que eu me curaria, mas se eu tivesse uma recaída, era para voltar ao primeiro dia. Tive várias recaídas, afinal a orientação sexual de um pessoa não é escolha e tampouco opção. Eu simplesmente era gay. Tive que voltar várias vezes ao primeiro dia da novena, que já tinha virado uma quarentena.

Não contentes, minha família e meus amigos me levaram para a igreja da Assembléia de Deus para receber benção. Mas não deu certo. Levaram-me para um centro espírita e o pai de santo me falou que tinha a pomba-gira. Fizemos “os trabalhos”, mas não deu certo.
Fizeram de tudo para me “curar”. Por último, tomei xaropes com amendoim e tudo mais para que fosse “macho”, mas não deu certo. Como meu irmão disse depois, sou macho por ter assumido logo cedo o que era. Aos 20 anos, me deram a derradeira última possibilidade: era tomar leite de colostro de égua para me curar. Felizmente, não deu certo.

Hoje estou aqui, bem criado, como especialista, mestre e doutorando, e feliz e realizado com meu marido. Minha mãe, depois de tudo que aconteceu na minha adolescência, em 1996 se propôs a casar com meu marido (que é estrangeiro) para que ele pudesse ficar no Brasil, comigo. De total fundamentalista, minha mãe se tornou uma grande competente cultural. Acredito na mudança de pensamento das pessoas.

Falei um pouco de mim. Quero que entendam, Cláudia e Márcio, que a homossexualidade não é tão simples que se possa dizer “eu quero que meu filho seja macho ou fêmea.” Não é uma questão de educação. Não é uma questão de religião, mas sim uma questão de ser. E como dizia Aristóteles, a finalidade da vida é ser feliz.

A partir da minha experiência e algumas leituras, nestes 25 anos de minha militância na comunida LGBT, sempre quando acontece qualquer depoimento ou ação contrários aos homossexuais, procuro classificar em oito etapas da competência cultural de cada um, que é uma escala, da mais homofóbica à situação ideal que queria.

1) A situação mais homofóbica é a nazista, que mata o outro por ser diferente. No Brasil temos muitos casos. Segundo o Grupo Gay da Bahia, são 2.800 caso de assassinatos. Hoje no mundo, ainda há sete países onde há pena de morte para os homossexuais.

2) Depois, vêm os fanáticos, que morrem por sua causa. Hoje no mundo, há 83 países que criminalizam a homossexualidade.

3) Depois, há o fundamentalista que fala que como está escrito na Bíblia (ou outro livro sagrado) que somos pecadores, mereceremos ser curados. No Brasil, os fundamentalistas são nossos piores adversários para aprovação das leis que protegeriam nossos direitos. São estes religiosos fundamentalistas, que no nome do deus deles, nos discriminam, incentivam a violência e fazem oposição aos nossos direitos.

4) Depois, os preconceituosos que não entendem nada da homossexualidade ou têm informações distorcidas, se utilizando de estereótipos e falando mal da nossa comunidade e contra nossos direitos.

5) Depois vêm os tolerantes que não nos aceitam, mas convivem, no intuito de nos mudarem, se pudessem.

6) Em seguida há as pessoas que nos respeitam. Não chegam a nos aceitar, mas respeitam nossos direitos e nossa forma de ser.

7) E depois as pessoas que nos aceitam como seres humanos e como cidadãs e cidadãos.

8) E por final, há as pessoas que são competentes culturais. São as pessoas que não discutem a nossa situação, simplesmente convivem. Afinal, o fundamental é viver.

Cláudia, nessa escala, acho que você está entre uma pessoa tolerante e uma pessoa que nos respeita. O que você acha?

Claudia Leitte, gostaria muito que você se pronunciasse a favor do Projeto de Lei da Câmara nº 122/2006, que criminaliza a Homofobia e a iguala ao racismo.

Claudia e Márcio, quero que seu filho ou sua filha seja muito feliz, que tenha muita saúde, independente da orientação sexual ou identidade de gênero. Se tiver seu talento, será maravilhoso(a). Ou não.

Toni Reis

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

O sorriso de ollantaytambo


* pudesse eu sorrir com a sinceridade que sorris

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Machu Pichu


sábado, 1 de novembro de 2008

flores de cusco


la cruz


de volta a Cusco

De volta a Cusco, cidade incrivel e inspiradora esta. Desta vez em companhia de minha mae,viagem melhor impossivel. Sinto que da mesma maneira que a floresta me chamou uma vez, agora os Andes me chamam.


Um presente de aniversairo de um alemao carioca

fala meu velho,

tudo de bom pra voce, um nomade anarquista,um archaico inquisitor com profunda saudade do que não sabe ainda. É assim q te conheçi, espero que continue assim.
To te mandando um presente virtual, o livro do Jano,que um amigo meu lançou.
Pra te lembrar da cidade maravilhosa e dos tempos que voce viveu aqui.
Com muita saudadede coração

Andreas

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

A correria


* I Jogos Indigenas, Mâncio Lima, Juruá - AC ; aldeia Poyanawa
* foto de Talita Oliveira

A mulher e sua câmera.


As imagens dos Jogos Indigenas ficaram por conta da lente sensível da jovem fotógrafa Talita Oliveira.Suas imagens que divulgo aqui dizem muito mais que qualquer texto sobre o que foi este encontro. Talita está em todas, uma vez me disseram : se tem um movimento social, uma manifestação lá está Talita.
O olhar certo no momento certo, na agilidade de seus passos e na sensibilidade de seu clicar. Talita ainda promete muito no mundo da fotografia. Talita , mulher e sua câmera.


Arco e Flecha


Competição de arco e flecha nos I JOGOS INDIGENAS em Mâncio Lima , Aldeia Poyanawa.

* foto de Talita Oliveira

Adicionar imagem

domingo, 26 de outubro de 2008

Filmando nos poyanawas

Eu, Sr. Antônio Pyanko e Benki nos Jogos de Celebração Indigena e V Encontro de Cultura Indigena em Mancio Lima, Jurua, Acre. Dias de muita inspiração. Dias txais.

Foto de Talita Oliveira

sábado, 25 de outubro de 2008

filomedusa

_ já te vi passando por aqui
_ impossível, é a primeira vez que venho ao Acre
_ Talvez em Goiânia ou Brasilia
_ Talvez no Rio
_ No Rio não. Só conheço Goiânia e Brasilia.

_ por que veio de tão longe ?
_ também queria saber
_ nunca vi o mar...é bonito ?
_ o que ?
_ o mar...

_ quer mais uma bebida?
_ acho que ja bebi demais
_ o mar é azul ou verde ?
_ depende
_ de que ?
_ de você

_ sabe , ñão gosto daqui, todo fim de semana a mesma coisa
_ quero
_ o que vc quer ?
_ Mais uma bebida

_ eu sou de escorpião
_ é bonito ?
_ o mar ?
_ não...você

_ Sabe, tenho vontade de sair viajando por ai, tipo hippie
_ hippies não existem mais
_ sei lá, mochila nas costas
_ o acre é tão estranho
_ varios baseados, rs
_ já foi um país
_ adoro estrada, aquela sensação de liberdade
_ me sinto livre aqui , talvez o chá
_ sabe que estamos do lado do peru e da bolivia ?
_ quem esta tocando ?
_ o que ?
_ esta música ?
_ ah !!! uma banda nova, nunca lembro o nome deles, gosta ?
_ não sei...quero dançar
_ ah !!! um nome estranho
_ o acre é estranho
_ nome de um sapo
_ sapo ? rs
_ a banda tem o nome de um sapo
_ dança comigo ?


"Logo o endereço da mudança é mais que certo
É quase perto da ignorância
Um lindo descaminho
Muito mais sincero'
*

_ Agora quero o mais profundo silêncio
_ silêncio ?
_ sei lá, estamos na floresta né ?
_ a floresta acabou, estamos em Rio Branco

"I've left my wayTrough the loneliness. I've looked at your pay . Waiting for something more. We're in the same dayIn a real big mistake. Trying to see again .The way to freedom" *


_ Sabe qual é a porra toda que me deixa confuso e me dá vontade de te beijar, você com estes olhos de oceano embriagado, verdes azuis ou sei lá que cor, cheio destes mil sonhos dos vinte e poucos anos e eu eu aqui nesta imensa floresta deserta de meu coração, deixando pra trás toda uma escolha antiga, toda uma vida. Vindo fugindo sabe lá deus de que pra estas matas estranhas, só querendo colo esta noite e esta música que me deixa mais bêbado ainda , tenho quase trinta, criança e quero te colocar entre meus braços, interrompendo o dialogo e sua força pulsante de vida. Tudo é um saco para quem vai buscar a essência das coisas e não as coisas simplesmente. Esta menina que canta e explode meu peito de umidade e mofo. E esta sua boca entreaberta encarando a minha. Por isso o silêncio da samaúma que se transforma em compensado quando tomba. Nem mais uma gota de alcool e nem mais um baseado. Agora somente a paz de um coração tranquilo. A vitória de um viciado em mais uma noite sem usar porra nenhuma. Não te assuste, criança, pois peço socorro. Não te assuste e cuide de mim. Eu que não me submeto mais.
_ Ei...
_ viajei né?
_ filomedusa?
_ ahn ?
_ o nome da banda é filomedusa.

* letras filomedusa


uma gota de suor

seria simples eu dizer vai embora e nunca mais apareça por aqui. A minha vida eu toco só, pois meu caminho é a solidão . O que tem de mau na solidão ? já que ela é uma farsa quando se é 350.
Caminhar quando tudo estagna, fluir quando se está solidificando. Ah !!! o apego, causa de profunda dor. A água parada , o medo de novos caminhos. Andarilho das estrelas, engessado em si mesmo.
digo fica. digo não vai.
congela a alma. cega - me o sol

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

TEM ELEFANTE VOANDO


Por Marina Silva
De Brasília (DF)

Sentados no barranco à beira do rio, dois mineiros pescam tranqüilamente quando passa um elefante voando. Olham, não fazem nenhum comentário e continuam pescando. Decorre um tempinho, lá vem outro elefante voando. Os mineiros olham e continuam pescando. Quando passa o terceiro elefante, um deles diz, apontando a direção de onde vinham: "cumpadre, o ninho deles deve ser prá lá". E o outro responde: "é verdade". E continuam pescando.

Elefantes voando é uma imagem apropriada para o impacto da crise financeira sobre as pessoas de fora do grande mundo da economia e da política global. A tensão reverberada pela mídia, o linguajar hermético, as previsões soturnas, tudo isso indica que algo muito diferente está em curso, mas não sabemos exatamente o quê.

O certo é que nunca vimos os elefantes tão agitados. Coisas muito graves devem estar acontecendo lá no ninho deles e, desconfiamos, em algum momento pagaremos a conta para que se recolham e tudo volte ao normal.

Se os mineiros da história popular não abrem a guarda nem nas situações mais incríveis, também mandam um recado interessante para as atuais circunstâncias: não perder pé da vida real e o domínio do espaço no qual somos alguém e nos relacionamos com as pessoas com base nos nossos valores, amores, habilidades, sonhos, direitos e deveres. Este é o único chão palpável, a partir do qual podemos entender e reagir à lambança dos elefantes, sem nos fragilizarmos pelo pânico.

A dimensão da crise, embora seja impossível fazer previsões sobre sua duração ou capacidade de provocar estragos, além dos já evidentes, é algo que foge aos nossos parâmetros habituais. Escancara mecanismos de poder e vulnerabilidades do sistema, não perceptíveis em tempos de bonança. Temos medo e a certeza de que seremos atingidos pelas decisões dos senhores da economia, embora não saibamos bem quando nem como. Nos assustamos diante da quantidade de dinheiro mobilizada para reequilibrar um sistema financeiro que se mostra cada vez mais o território de grandes delinqüências, a ponto de abalar governos, decidir eleições e virar pelo avesso a vida da população do planeta. E nos sentimos impotentes, tomados pela sensação de nada poder fazer, exceto aguardar pelos acontecimentos.

O fato é que estamos há muito tempo mergulhados na hipertrofia do mercado, cujo avanço sobre praticamente todos os domínios da vida subtraiu da política o papel de espaço público destinado às decisões de cidadãos livres, a respeito de assuntos de interesse coletivo. A submissão da política à economia é um dos fatores do agravamento dos problemas sociais em escala mundial, visto que a lógica do bem público é constantemente subvertida e instrumentalizada pelo interesse mercantil.

O mercado não opera milagres, mas às vezes precisa deles. Como agora, quando expõe o alto grau de mistificação implícito em seus supostos mecanismos de defesa e nas propaladas virtudes da auto-regulação. Neste momento, em que mais se precisa da política, ela se mostra fraca, sem substância, sem representatividade para enquadrar os procedimentos e conluios que desaguaram nesta situação insustentável.

Se existe algo positivo nesta conjuntura é a oportunidade de começar a mudar os parâmetros que têm levado a humanidade a uma rota destrutiva, cujo limite parece ter sido encontrado: a crença no poder auto-regulatório dos comportamentos individuais.

Deveríamos ter nos precavido. Afinal, não é de hoje que os elefantes estão voando.

Marina Silva é professora secundária de História, senadora pelo PT do Acre e ex-ministra do Meio Ambiente.

terça-feira, 7 de outubro de 2008

o deserto

no meio da explosão de sentimentos enervantes e contraditórios, lágrimas e ranger de dentes: o lampejo da lucidez. Melhor sangrar até a morte do que se congelar em plena vida. Porque é só no deserto que a verdadeira natureza se manifesta.
A experiência desconcertante do si mesmo só acontece quando todas as muletas ficaram para trás. Quando nos encontramos assaltados, de vestes completamente rasgadas e peito aberto numa profunda ferida.
Só depois da verdadeira morte encontramos a plenitude da vida.

de mansinho

somente porque acreditei que você chegaria de mansinho aonde ninguém mais chegou e de mansinho aninharia sua cabeça cansada em meu peito em êxtase até repousar parte de uma vida de noites mal dormidas sonhos desfeitos e grandes ilusões.

sobre nós

os olhos caídos
de uma noite sem dormir
ríspidas respirações
pensamentos desconexos
uma foda rápida suja libertadora

nem o vinho há 4 dias aberto
ousa se beber
os sonhos todos se perdem
no insistente concentimento

o rebelde aquieta se em sua masmorra
amordaçou se a si mesmo
somente lampejos de lucidez
aonde a náusea devora o sossego

só um pouco de dor
misturada com restos de maconha
e restos de um antigo amor
que com insistência sempre fica

a tragédia nesta roda cinza
aonde giram mentiras e ilusões
atropelam esperanças vagas
de uma grande história

que nunca aconteceu

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Por um Estado laico de fato !!! Salve a lei Roaunet !!!

O Senado está a um passo de aprovar um projeto de lei, de autoria do senador Marcelo Crivella (PRB-RJ), sobrinho de Edir Macedo, fundador da Igreja Universal do Reino de Deus) que incluiria as igrejas entre as beneficiárias do Programa Nacional de Apoio à Cultura (Pronac). Mais conhecida como "Lei Rouanet", aprovada em 1991 pelo Congresso Nacional, o Pronac permite que empresas invistam em projetos culturais até 4\% do equivalente ao Imposto de Renda devido. O projeto chegou a ser aprovado em caráter terminativo na Comissão de Educação, mas um recurso para que fosse apreciado pelo plenário impediu que seguisse para a Câmara. Uma emenda apresentada pelo senador Sibá Machado (PT-AC) obrigou a volta do texto para a comissão. Ainda precisará ser votado no plenário do Senado e depois ir à Câmara. Como o projeto original fazia referência apenas a “templos”, sem especificar sua natureza, ao estender a eles os benefícios da Lei Rouanet, o senador Sibá considerou necessário acrescentar um adendo. A emenda, que teve o parecer favorável do senador Paulo Paim (PT-RS), foi aprovada pela Comissão de Educação e deixa mais claro que o Pronac poderá ser usado para contemplar não só museus, bibliotecas, arquivos e entidades culturais, como também “templos de qualquer natureza ou credo religioso”. A proposta agora segue novamente para o plenário, onde alguns senadores prometem reagir contra a idéia. Está mais do que na hora de as pessoas envolvidas e/ou preocupadas com a verdadeira cultura em nosso País, reagirem e tomarem uma providência.

http://www.petitiononline.com/cult2007/petition.html

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Impressões ligeiras sobre a Bolivia

Passei o fim de semana em Brasiléia, divisa com a Cobija, departamento de Pando, na Bolívia. O clima ainda está tenso na fronteira. O exército brasileiro está em peso guarnecendo o Brasil e protegendo os refugiados bolivianos. Asim como a COE e Policia Federal.
Fui visitar um ginásio aonde centenas de bolivianos estão refugiados.Pessoas que eram ligados ao governador preso de Pando, Leopoldo Miguez. A impressão que eu tenho é que o governode Evo Morales quer implantar uma ditadura na Bolivia, segue a linha de governo de Hugo Chavez. Matou e expulsou da Bolivia qualquer forma de pensamento e atitude contra o seu governo.
Senhoras e crianças que deixaram sua vida do outro lado do rio Acre e se amontoam em barracas improvisadas. Todos com medo e prevendo um futuro sombrio para a Bolivia. Evo Morales cria xenofobismo dentro da prórpia pátria. Os do Norte contra os do Sul.
Não me aprofundei o suficiente para expressar uma opinião mais contundente. Mas com certeza vejo claramente que o que aconteceu em PAno fere a Democracia, e os principios de Direitos Humanos.

Invasão na Bolivia

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Arte na Ruína





Depois de uma rápida visita a salvador, em uma reunião da Abd, com todos os Estados do Brasil, cá estou eu em Xapuri, no projeto Revelando os Brasis, dando um suporte técnico para a galera do Arte nas Ruínas, na produção de um vídeo.

A idéia me seduziu logo de cara. O grupo formado por jovens artistas xapurienses é ousado e inovador. Invadiram as ruínas de uma antiga delegacia, a menos de 100 mts da casa em que Chico Mendes foi assassinado e resolveram transformar o local em uma galeria de idéias e manifestações artísticas.

Dentro de um contexto político e cultural em ruínas, como é o de Xapuri, o grupo vem provocando reflexões e, sobretudo, criando um espaço para discussões filosóficas e manifestações estéticas de improviso e provocativas.
O grupo ainda tem muito o que amadurecer , porém a proposta já vale o espetáculo.

A ruína também contribui para a criatividade destes jovens transbordarem. O espaço é a céu aberto o que possibilita a visão de um céu sempre estrelado. As paredes cheias de mensagens e assinaturas dos antigos prisioneiros. Até o atual governador do Acre, Binho Marquez, já foi cativo naquelas celas. Em épocas de faroeste e pistoleiros.

A ruína da delegacia também serve de metáfora para as mentes e corações efervescente dos integrantes do grupo. O espaço que antes servia para aprisionar, hoje liberta a veia artística de cada um.

O vídeo flutua entre o caos de idéias e pensamentos. Quase um laboratório. O jorro frenético de uma fonte criativa sem muita preocupação com ordem ou organização. Um frenêsi de situaçoes, uma grade epifania.

Que Dionisio no alto Olimpo ou no profundo Hermes possa abençar e inspirar cada vez mais esta trupe.



quinta-feira, 11 de setembro de 2008

POSIÇÕES SEXUAIS E SEUS PECADOS

por EDIR MACEDO, "Retirada do livro 'Castigo Divino' da Igreja Universal do Reino de Deus -

Vejam os comentários sobre o pecado das seguintes posições sexuais:

Posição de quatro: É uma das posições mais humilhantes para a mulher, pois ela fica prostrada como um animal enquanto seu parceiro ajoelhado a penetra. Animais são seres que não possuem espírito, então o homem que faz o cachorrinho com sua parceira fica com sua alma amaldiçoada e fétida.

Sexo Oral : O prazer de levar um órgão sexual a boca é condenado pelas leis divinas. A boca foi feita para falar e ingerir alimentos e a língua para apreciar os sabores. A mulher engolindo o sêmen não vai ter filhos. E o homem somente sentirá dores musculares na língua ao sugar a vagina de sua parceira.

Sexo Anal: O ânus é sujo, fétido e possui em suas paredes milhões de bactérias. É o esgoto propriamente dito. No esgoto só existem ratos, baratas e mendigos. A pessoa que sodomia ou é sodomizada ela se iguala a um rato pestilento. Seu espírito permanece imundo e amaldiçoado. Mas o pior é quando o ato é homossexual, pois o passaporte dessa infeliz criatura já está carimbado nos confins do inferno.
Veja a maneira certa de se relacionar sexualmente, segundo a cartilha.
Posição Recomendada:O homem e a mulher devem lavar suas partes com 1 litro de água corrente misturado com uma colher de vinagre e outra de sal grosso. Após isso, a mulher deve abrir as pernas e esperar o membro enrijecido do seu parceiro para iniciar a penetração. homem após penetrar a mulher, não deve encostar seu peito nos >seios dela, pois a fêmea deve estar orando ao Senhor para que seu óvulo esteja sadio ao encontrar o espermatozóide. Depois do ato sexual, Os dois devem orar, pedindo perdão pelo prazer proibido do orgasmo. Como penitência... O açoite com vara de bambu é aceito em forma de purificação.

Conclusão I : OU NOS VEREMOS TODOS NO INFERNO OU VAI FALTAR BAMBU NO MUNDO!!!

Conclusão II : SE ALGUÉM PRECISAR DE BAMBU, LÁ EM CASA TEM MAS EU NÃO USO.

Conclusão III: SAL GROSSO E VINAGRE ? VAI FUDER OU VAI FAZER CHURRASCO?"

outra revolução

numa época colorida
o cinza procura seu espaço
cinzeando as cores
do meu arco íris particular

quantos risos e palmas
e gritinhos deliciosos
celebrando a esperança
de um novo mundo

rasgamos os véus
da ignorância, do preconceito
revelamos as cores da diversidade
mas ainda não mergulhamos o suficiente

pois a verdadeira revolução
é a da consciência
a única revolução necessária e urgente
é a da consciência

do que adianta uma massa gay
ou índia, ou negra, ou azul
marchando cega sem perceber o todo
a grande transformação é individual

que a energia do coletivo colorido
possa servir de estopim para a mudança
sempre necessária de nossos corações
para o verdadeiro rompimento de mente

senão , não vale a pena

a diversidade é a aceitação de um mundo estranho
além do que conhecemos e aceitamos
compreender a diversidade é aniquialar qualquer espécie de julgamento
é aceitar o diferente seja ele quem for

porque o meu ponto de vista não é único
porque eu não tenho verdade nenhuma
e nem professo fé
minha esperança é a revolução individual

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Para se pensar...


" A orientação sexual não é uma escolha "

sábado, 6 de setembro de 2008

Tudo mudou

E tudo mudou...O rouge virou blush
O pó-de-arroz virou pó-compacto
O brilho virou gloss
O rímel virou máscara incolor

A Lycra virou stretch
Anabela virou plataforma
O corpete virou porta-seios
Que virou sutiã Que virou lib Que virou silicone

A peruca virou aplique, interlace, megahair, alongamento
A escova virou chapinha
"Problemas de moça" viraram TPM
Confete virou MM
A crise de nervos virou estresse

A chita virou viscose.
A purpurina virou gliter
A brilhantina virou mousse
Os halteres viraram bomba
A ergométrica virou spinning

A tanga virou fio dental
E o fio dental virou anti-séptico bucal
Ninguém mais vê...
Ping-Pong virou Babaloo
O a-la-carte virou self-service

A tristeza, depressão
O espaguete virou Miojo pronto
A paquera virou pegação
A gafieira virou dança de salão

O que era praça virou shopping
A areia virou ringue
A caneta virou teclado
O long play virou CD A fita de vídeo é DVD O CD já é MP3

É um filho onde éramos seis
O álbum de fotos agora é mostrado por email
O namoro agora é virtual
A cantada virou torpedo E do "não" não se tem medo

O break virou street
O samba, pagode
O carnaval de rua virou Sapucaí
O folclore brasileiro, halloween
O piano agora é teclado, também
O forró de sanfona ficou eletrônico

Fortificante não é mais Biotônico
Bicicleta virou Bis
Polícia e ladrão virou counter strike
Folhetins são novelas de TV
Fauna e flora a desaparecer


Lobato virou Paulo Coelho,
Caetano virou um chato
Chico sumiu da FM e TV
Baby se converteu
RPM desapareceu
Elis ressuscitou em Maria Rita?
Gal virou fênix
Renato, Cássia e Cazuza, Lennon e Elvis, Todos anjos
Agora só tocam lira...

A AIDS virou gripe
A bala antes encontrada agora é perdida
A violência está coisa maldita!
A maconha é calmante
O professor é agora o facilitador
As lições já não importam mais
A guerra superou a paz E a sociedade ficou incapaz...
... De tudo. Inclusive de notar essas diferenças.

( Luis Fernando Veríssimo. )

terça-feira, 2 de setembro de 2008

IV SEMANA DA DIVERSIDADE E IV PARADA DO ORGULHO LGBT

Com o tema Sou Cidadão e Mereço Respeito! Por Um Estado Laico de Fato!, a Associação de Homossexuais do Acre – AHAC realiza a IV Semana da Diversidade e IV Parada do Orgulho LGBT do Acre, de 09 a 14 de setembro de 2008. A IV Parada do Orgulho LGBT apresenta As Frenéticas e o DJ Patife no show de encerramento, dia 14, a partir das 19 horas, no estacionamento do Arena da Floresta. A organização espera um público de 40 mil pessoas.
A Semana da Diversidade, de 09 a 13 de setembro envolve uma programação focada na cultura, direitos humanos e entretenimento com shows, exibição de filmes, debates e palestras.
ABERTURA – DIA 09/09/2008, a partir das 8 horas, no Theatro Helio Melo, acontece a palestra Estatísticas de Violência contra os homossexuais no Brasil com Beto de Jesus – Secretário da ABGLT - Associação Brasileira de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis e Transexuais, ativista em defesa dos Direitos Humanos na ILGA (International Lesbian and Gay Association) e outras organizações internacionais, buscando cidadania para a população Brasileira LGBT e a entrega do troféu Rogério Sábio da Paciência aos ativistas que trabalham a construção de uma política de inclusão e contra o preconceito aos LGBTs.

DIA 09/09/2008 – 22H – FESTA SECOS, MOLHADOS E DIVERSOS COM A BANDA FILOMEDUSA E DJS – BAR CHÃO NATIVO – APÓS O TOP 15

O GRANDE SHOW DA IV PARADA LGBT DO ACRE
Dia 14/09/07 – Domingo
IV Parada do Orgulho LGBT
15h – Concentração no Calçadão da Gameleira
19h30 - Show de encerramento
AS FRENÉTICAS
DJ PATIFE
Local: Estacionamento do Arena da Floresta

AS FRENÉTICAS
Destaque como grupo vocal de disco music brasileiro nos anos 70, as Frenéticas Sandra, Lidoka, Edir, Dudu, Leiloca e Regina se juntaram em 1976 na discoteca Dancin' Days, criada pelo compositor e jornalista Nelson Motta, no Rio de Janeiro. O sucesso de "Perigosa" (Rita Lee/Nelson Motta) foi tanto que logo a Warner gravou um compacto com "A Felicidade Bate a Sua Porta" de Gonzaguinha. O LP "Frenéticas" foi um estouro instantâneo, vendendo 150 mil cópias rapidamente. O grupo também foi responsável pela música "Dancin' Days", tema da novela homônima, de 78. Ainda no final dos anos 70 gravam a abertura da novela "Feijão Maravilha", da TV Globo, com a música "O Preto que Satisfaz" (Gonzaguinha). Ambas foram incluídas no LP "Caia na Gandaia", mais o debochado jazz "Crisi Darling" (Wagner Ribeiro de Souza). Em 79, gravaram o LP "Soltas na vida", com o fox-trote "Ai! Se Eles Me Pegam Agora!" (Chico Buarque), da trilha da peça "Ópera do Malandro" e a marchinha "É que nessa encarnação eu nasci manga" (Luli/Lucina). Em 80, prestaram um tributo a Lamartine Babo no LP "Babando Lamartine", com arranjos de Sérgio Cabral. Em 83, após a saída de Regina e Sandra Pêra, Dudu Moraes, Edir, Leiloca e Lidoka gravaram o LP "Diabo a Quatro", com "Você Escolheu Errado o Seu Super-Herói". Outro grande sucesso foi "Perigosas Peruas", música que fez as ex-integrantes do grupo (extinto em 1983) se reunirem para lançar a faixa, tema da novela "Perigosas Peruas", de 1992, inclusa na coletânea "As Mais Gostosas das Frenéticas", que trazia regravações de seus principais sucessos e ainda mais duas inéditas, "Le Fudez Vous" (Dito) e "Oh! Boy" (Gonzaguinha). Na época, ainda apresentaram-se no Teatro Rival em curta temporada.
O SHOW VAI garantir bastante diversão aos antigos e novos fãs das Frenéticas. O grupo concretiza em CD seu retorno, oficializado no ano passado, regravando os velhos sucessos (A Felicidade Bate à Sua Porta, Perigosa, Dancin' Days) e também apelando a composições mais atuais, como o Rap do Real de Pedro Luís e Vai de Madureira (Zeca Baleiro). No mais, é tudo só alegria descompromissada.

DJ PATIFE

Certa vez, em 1993, numa de suas visitas às lojas de disco, Patife conheceu Marco, que mais tarde veio a se tornar o renomado DJ Marky. Os dois se tornaram amigos e ícones do gênero musical jungle, hoje conhecido como Drum & Bass.
O sucesso foi visível, o Drum & Bass tomou força em todo país. Juntando ao acontecimento da festa movement, Patife reencontrou um amigo chamado Bruno E. que estava lançando seu próprio selo intitulado Sambaloco Records em parceria com a gravadora Trama. O resultado dessa junção para o DJ Patife foi seu primeiro CD – Sounds of Dum`n`Bass, que trouxe consigo influências do Jazz e da música brasileira. A aceitação foi excelente, de repercussão surpreendente.
O ano 2000 trouxe grandes momentos para a carreira do DJ Patife. A começar pela sua produção em parceria com Mad Zoo da faixa "The Vibes", que se encontra num CD da gravadora Trama intitulado "Spiritual Drum & Bass", na seqüência, produziu com Xerxes o primeiro remix para o cantor e compositor Max de Castro, de uma música intitulada "Pra você lembrar". O resultado desse trabalho foi brilhante e se tornou uma das musicas mais tocadas não somente no Brasil como em diversos outros países. Também foi nesse ano, em uma apresentação no Sesc da Consolação, bairro paulista, que Patife conheceu Fernanda Porto, que o presenteou com um CD demo. Ao ouvir o CD, haja vista todos os CDs que ele recebe são ouvidos, enlouqueceu com a música "Sambassim" e pediu para fazer um remix. Prontamente, Patife, Marky, Dudu Marote e Fernanda Porto fizeram a música "Só tinha de ser com você".
Ainda no embalo do mesmo ano, aconteceu o primeiro Skol Beats em São Paulo. E pela primeira vez o DJ fazia som para um desfile no Morumbi Fashion, para a marca Cia Marítima.
Aproveitando o bom andamento profissional, Patife fez vários remixes com o amigo Mad Zoo para variadas bandas e cantores, tais como Tribalistas, Funk como le Gusta, Wilson Simoninha, Da Lata, Koop, Alph X e Les Gemmas.
A rotina de Patife passou a contar com inúmeras turnês pelo mundo; Alemanha, Argentina, Austrália, Áustria, Bélgica, Brasil, Canadá, Croácia, Dinamarca, Escócia, Eslovênia, Espanha, Estados Unidos, Estônia, França, Hungria, Inglaterra, Itália, Jamaica, Japão, Noruega, Nova Zelândia, Polônia, Porto Rico, Portugal, República Tcheca, Sérvia, Singapura, Suécia, Suíça, Venezuela são alguns exemplos.
Patife continua a ministrar palestras sobre música eletrônica, algumas inclusive de graça para os mais diversos Sesc e locais onde se executam projetos para menores carentes.
Com mais intensidade que nunca, continua também estudando música, tendo aulas semanais, e procurando aprender sempre.


Banda Montage e Ângela Ro Ro ,na Semana da Diversidade

Dia 11/09/08 - Quinta-feira
22h – Show da Banda Montage - (electro rock) no projeto Noite Versátil da Boite Excalibir, sob o comando da Dj Claudinha e DJ Alain
Local: Boate Excalibur
Obs: Bilheteria será revertida para os projetos da Associação de Homossexuais do Acre – AHAC.

Sobre o Montage
Montage é a primeira banda de Electro Rock do Nordeste Brasileiro. Formada em Janeiro de 2005 por Daniel Peixoto (Voz e Visual), Leco Jucá (Groovebox e sintetizadores), a banda migrou de Fortaleza para São Paulo em março de 2006, e se prepara para lançar o primeiro álbum que pelo selo Segundo Mundo, do produtor Dudu Marote, fotos de Manuel Nogueira e figurinos de Lino Villaventura. Montage foi citada pela revista BIZZ como a banda que faltava há, no mínimo, 18 anos e eleito o "melhor show do Brasil" pela da Folha de SP tanto em 2005 como em 2006. Participou de festivais como Abril pro Rock,Mada, Machina Festival, Ceará Music, Rec beat, Supernovas (Esse tendo Iggor Cavalera na bateria), Goiania Noise e das duas últimas edições do Campari Rock dividindo palco com bandas como JUSTICE, SUPERGRASS, STEREO TOTAL, NEON JUDGMENT, THE CARDIGANS e GANG OF FOUR. Além do álbum de inéditas, que se chamará "I Trust My Dealer", a banda lança também um vinil de remixes na Europa ainda neste ano.

Dia 13/09/08 - Sábado
20h – Show da cantora Ângela Ro Ro – no Teatro Sarah Assef Valadares (FIRB/FAAO) com pré-show da cantora Edunira Assef
Obs.: estacionamento um quilo de alimento não perecível menos sal

Dia 14/09/07 – Domingo
IV Parada do Orgulho LGBT
15h – Concentração no Calçadão da Gameleira
Show de encerramento - As Frenéticas e DJ Patife

Filmes na Semana da Diversidade

10/09 - Quarta-feira
19h – Exibição do filme Buble (117 min) de Eytan Fox - Três amigos dividem um apartamento em Tel Aviv, até um deles se apaixonar por um palestino. Debate após exibição.
Local: Theatro Hélio Melo

Dia 11/09/08 - Quinta-feira
19h - Exibição do filme Meu Amor de Verão (86 min), do polonês Pawel Pawlikowski. Duas adolescentes se conhecem em um verão, logo se tornando grandes amigas e aos poucos iniciando um relacionamento mais sério. Debate após exibição.
Local: Theatro Hélio Melo


Dia 12/09/08 - Sexta-feira
19h - Exibição do filme Felizes Juntos (96 min) de Wong Kar-Wai. Lai e Ho são dois jovens apaixonados um pelo outro. Porém, durante uma viagem, Ho abandona seu amante e arruma um emprego na Argentina, com a intenção de voltar para Hong Kong quando juntasse dinheiro suficiente. Debate após exibição.
Local: Theatro Hélio Melo

doce,,,


quinta-feira, 21 de agosto de 2008

aos amigos

trecho de uma entrevista de Caio Fernando Abreu, para os amigos:

"Para mim, atualmente, companheirismo e lealdade são meio sinônimos de felicidade. Meus amigos são muito fortes e muito profundos, são amigos de fé, para quem eu posso telefonar às cinco da manhã e dizer: olha, estou querendo me matar, o que eu faço? Eles me dão liberdade para isso, não tenho relações rápidas, quer dizer, tenho porque todo mundo tem, mas procuro sempre aprofundar. E isso é felicidade, você poder contar com os outros, se sentir cuidado, protegido. Dei esse exemplo meio barra pesada de me matar....esquece, posso ligar para ver o nascer do sol no Ibirapuera às cinco da manhã. Já fiz isso, inclusive."

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

caquinhos de poema

poesia se faz aos poucos
com caquinhos de inspiração
na pausa entre uma vida e outra
no silêncio profundo da meditação

poesia é passeio no parque
poesia é domingo de sol
poesia é rosa se abrindo
poesia é sorriso de criança

imagens de uma poesia bucólica
emaranhadas no atropelo da vida
fica o poeta de barriga vazia
fica o poeta de cara pro chão

engarrafado e aspero dia
sem por do sol, sem chuva fina
é o sepultamento da poesia
resta o poeta sem rima

Caminha só por todos os caminhos
inundado de inspiração
por onde andas o anuviado poeta ?
ele que só anda na contramão

Aldeias Vigilantes




O Projeto Aldeias Vigilantes desenvolvido pela ONG Amazonlink, visa levar aos indigenas conhecimentos sobre seus direitos, problematizar e refletir questões como biopirataria, repartição de benefícios, entre outros temas pertinentes as populações indígenas e proteção ao conhecimento tradicinal.
O desenho animado Aldeias Vigilantes é um vídeo didático usado nas oficinas de capacitação do projeto Aldeias Vigilantes.Usado como ferramenta para traduzir os complexos temas e assuntos que envolvem a questão da biopirataria para uma linguagem mais acessível.
A direção é de de Sérgio de Carvalho, animação de Pedro ( Pedrinho), produção de Sérgio de Carvalho e Fátima Mendes, produção executiva Amazonlink.Org e desenhos de Clementino Almeida.

domingo, 3 de agosto de 2008

sobre Buritis



dizem que o curupira no mato assovia dizendo:

" Quem anda no mato
quem vê muita coisa
Também cala a boca
também cala a boca "

assim estou eu
de bico fechado.

sábado, 2 de agosto de 2008

Cidadão Silva



Primeiro curta do Nós do Cinema, que tive a oportunidade de trabalhar com a galera. Depois deste trabalho inicial, a galera não parou mais. O Nós sempre surpreendente. Hoje caminha com pernas próprias, despertando em muitos outros jovens carentes o amor pelo cinema.

seu silêncio

seu silêncio
o segredo de seus olhos caídos
coração selvagem

qualquer coisa de triste
no seu jeito de andar
respiração calma
de uma alma em chamas

silencia se tudo perto de ti
pois o teu silêncio inunda
afaga , incomoda
quem não sabe calar

aquieto me em teu peito acelerado
desacelero meus pensamentos
refugio me no seu pensar

ainda não aprendi ler seus olhos
tu que não tem sonhos
que não tem futuro

tu, energia zen do presente
do momento
do agora

nos passos de sua dança
no silêncio de seu ser
me perco , me acho
me calo

para G...

faroeste caboclo



Estou no interior do Estado de Rondônia, na cidade de Buritis. Quando falei com meu amigo Jurandir de Porto Velho que viria pra cá, entre sorrisos ele me disse:" Vai para o faroeste caboclo". Agora , há dois dias aqui entendo porquê.
A cidade está em ritmo desenfreado de crescimento caótico. No final da tarde as nuvens de poeira e fumaça filtram a luz do sol, parece cenário de um filme de ficção científica. Penso em Mad Max.
A economia principal é a madeira. Caminhões e caminhões cheios de toras cruzam a cidade o tempo todo. O complexo de madereiras não param de trabalhar um só minuto. Mineiros, capixabas, paranaenses, paulistas enriqueceram nestas terras amazônicas. Migraram em massa pra cá ´durante toda a década de 80 e 90. Pioneiros, conquistaram terras, venceram o grande inimigo: A FLORESTA.
Derrubaram e saquearam suas árvores, transformaram tudo em pasto. Primeiro o desmatamento indiscriminado, depois a pecuária.
Enfim, muita ambição, muita grana e nenhuma consciência.
Assim caminha a humanidade.

quinta-feira, 31 de julho de 2008

Levi s Strauss provocando...



A fabricante de jeans Levi Strauss venceu a principal categoria do Images in, premiação que anualmente homenageia agências de publicidade e empresas cujas campanhas fazem um retrato respeitoso da comunidade LGBT. O concurso organizado pela associação norte-americana Commercial Closet ocorreu na noite de segunda-feira, dia 28 de julho, no New World Stages, em Nova York.

quarta-feira, 30 de julho de 2008

castanhas



desafiam a vida ,
imponentes marcham
invencíveis
mesmo com outras mortas
* tantas outras mortas
sob o sol sob o sal
resiste
coração sereno
aquietado na respiração silenciosa
a provocar os dias ruins
# foto de Val Fernandes, a mulher biônica

terça-feira, 29 de julho de 2008

Mora em mim

Mora em mim um curioso
andarilho das estrelas
que não sai do lugar

mora em mim
um milhão de sonhos
um milhão de sonos

mora em mim
um amigo um amante
nunca um marido

mora em mim
aquele poeta que se calou
que quase deixou de poetar

mora em mim
aquele que se inspira
na inspiração do poeta

mora em mim
aquele eu mais profundo
que não conheço bem

inspirado nos versos do amigo poeta Silvio Margarido

sábado, 26 de julho de 2008

A fé dos homofóbicos

'Amarmos uns aos outros' também inclui não desejar o mal aos que não me são simpáticos...PRINCIPALMENTE QUEM PREGA, DEVERIA SABER.OU SE UTILIZA DE PALAVRAS VÃS, QUE NÃO NASCEM DO CORAÇÃO.

30/06/2008

'Dizem eles que a criminalização da homofobia levará à prisão em massa de pastores e padres, e viveremos todos sob o domínio gay. A história ensina que essa lei será aprovada, e a vida seguirá seu curso regular, sem nada de extraordinário'

Em 1946, quando os negros reivindicaram a inclusão de alguns direitos na Constituição, foi um salseiro. Foram acusados de antidemocráticos e racistas por congressistas e estudantes da UNE. Em 1988, a Constituição promoveu o racismo de contravenção a crime. Ninguém chiou. Na década de 50, quando se discutia o divórcio, teve cardeal dizendo que se devia pegar em armas para combater a proposta. Em 1977, o Congresso aprovou o divórcio. Não houve tiroteio, e a igreja do cardeal nunca mais tocou no assunto. Recordar é viver.

Agora, os evangélicos estão anunciando o apocalipse caso o Senado faça o que a Câmara já fez: aprovar lei punindo a homofobia com prisão. A lei em vigor pune a discriminação por raça, cor, etnia, religião e procedência nacional. A nova acrescenta a punição por discriminação contra homossexuais. Cerca de 1000 evangélicos tentaram invadir o Senado em protesto. Dizem que a criminalização da homofobia levará à prisão em massa de pastores e padres, e viveremos todos sob o domínio gay. A história ensina que, cedo ou tarde, a lei, ou outra qualquer com objetivo similar, será aprovada, e a vida seguirá seu curso regular sem nada de extraordinário.

Os evangélicos e aliados dizem que proibir a discriminação contra gays fere a liberdade de expressão e religião. Dizem que padres e pastores, na prática de sua crença, não poderão mais criticar a homossexualidade como pecado infecto e, se o fizerem, vão parar no xadrez. É uma interpretação tão grosseira da lei que é difícil crer que seja de boa-fé.

Tal como está, a lei não proíbe a crítica. Proíbe a discriminação. Não pune a opinião. Pune a manifestação do preconceito. Uma coisa é ser contra o casamento gay, por razões de qualquer natureza. Outra coisa é humilhar os gays, apontá-los como filhos do demônio, doentes ou tarados. É tão reacionário quanto uma Ku Klux Klan alegar que a proibição da segregação racial fere sua liberdade de expressão. Querem a liberdade de usar a tecnologia Holerite de cartões perfurados pela IBM?

Alegam que a liberdade religiosa fica limitada porque combater o pecado vira crime. É um duplo equívoco. O primeiro é achar que uma doutrina de crença em forças sobrenaturais autoriza o fiel a discriminar o herege. O segundo é atribuir à lei valor moral. O direito penal não é instrumento para infundir virtudes. É um meio para garantir o convívio minimamente pacífico em sociedade. Matar é crime não porque seja imoral, mas porque a sociedade entendeu que a vida deve ser preservada. Dúvidas? Recorram ao Supremo Tribunal Federal. Na democracia, é assim. Lei não é bíblia de moralidade.

O que essa proposta pretende dar aos gays, e sabe-se lá se terá alguma eficácia, é aquilo a que todo ser humano tem direito: respeito à sua integridade física e moral. Os evangélicos, pelo menos os que foram a Brasília, dão prova de desconhecer que seres humanos não diferem de coisas só porque são um fim em si mesmos. Os seres humanos diferem das coisas porque, além de tudo, têm dignidade. As coisas têm preço.

André Petry é colunista no portal Abril.com

SAT NAM!

Show Montage



A area cultural da Semana da Diversidade promete ser especial este ano. Show com a Banda de eletro rock Montage ( confira ) , mostra de filmes mix brasil, e muito mais...

Sou Cidadão mereço respeito !!!
Por um Estado laico de fato

Semana da Diversidade, Acre 2008

Entrevista Montage



O grupo de eletro rock cearense será uma das atividades da Semana da Diversidade, acreana !!!
Imperdível, principalmente para os mais caretas...

quinta-feira, 24 de julho de 2008

The dark Knight



Fui assistir ontem no cine João Paulo Batman - the Dark Knight. Apesar da péssima qualidade de som e das luzes se acenderem antes de entrar os créditos finais ( realmente, não sei o que acontece com este cinema) , o filme é ótimo, do primeiro ao último fotograma, tensão emocional, ação que não é gratuíta.

Finalmente, com esta nova série de filme do Batman, conseguiram fazer um trabalho que corresponde a complexidade deste herói sombrio. Um personagem atormentado pelo trauma do assassinato dos pais.

Neste novo filme, vemos como uma sociedade corrupta e atormentada gera figuras cinistras e psicóticas, e discute se o papel do justiceiro, do próprio herói. O cinismo do brilhante curinga jogando suas cartas , apenas querendo quebrar a ordem que não existe. O curinga, a carta que corresponde a todos os naipes e não é nenhum específico. O clown diabólico. Aquele que não pertence a regra nenhuma , pois não tem nenhuma regra interior.

A cena em que ele queima uma montanha de dinheiro, frustrando seus comparsas é muito forte. Pois nos coloca de frente a pergunta, o que o move a agir se não é grana ? O que representa o curinga ?

Christopher Nolan, o diretor o filme, acertou em cheio na fotografia sombria, expressionista. Do mesmo modo que acertou na escolha dos atores. Todos brilhantes.
A atuação de Ledger, em seu último trabalho, está maravilhosa. O curinga é pertubador e fascinante e Bale, o Batman, está impecável, tanto como o playboy Bruce quanto como o próprio cavaleiro das trevas.
O conteúdo emocional de Batman é tão sombrio quanto os inimigos que enfrenta. A pertinente e cinistra pergunta do curinga : quem é mais louco, ele ou o Batman ? reflete o que este novo filme se propõe.

A linha tênue que separa o herói do justiceiro é questionada e quase rompida inúmeras vezes durante o filme.

O filme vale a pena ser conferido e refletido em toda a sua complexidade. Cinema, e dos bons !!!



terça-feira, 22 de julho de 2008

Dantas, Professor, José Alexandre, Beto Rocha... Vocês são culpados!

De Valdecir Nicacio Lima

Não há outros culpados pela morte de vocês senão vocês mesmos. Foram vocês que começaram a falar a palavra gay pra definir suas condições de homossexuais (antes só se falava viado). Foram vocês que desafiaram a sociedade ao assumir publicamente suas homossexualidades. Foram vocês que inventaram esse negócio de fazer arte e cultura juntamente com todos os outros segmentos sociais, mesmo que para isso tivesse que encarar algumas caras de desdenhe e de má vontade para com seus pleitos, justamente por preconceito daqueles que teriam a obrigação de, no mínimo, respeitar a lei quando ela diz que é crime segregar por motivos religiosos, sexuais e de credo.
Foram vocês, cada um em sua área, que desafiaram todas as adversidades sociais, para mostrar capacidade, dedicação e competência em suas atividades profissionais sem nunca deixar que suas orientações sexuais interferissem nas suas atividades profissionais e saibam que isso incomoda muita gente.
Foram vocês que procuraram a morte quando inventaram esse negócio de parada gay, de luta por direito dos homossexuais, de combate a homofobia, de escolha de rainha gay no carnaval. Vocês também inventaram uma conferência estadual de gay lésbica, transexuais e travestis de Rio Branco para lutar contra o preconceito (quanta ousadia).
Inventaram até de lutar pela aprovação pela Câmara Municipal de Rio Branco de um projeto de lei criando o dia de combate à homofobia (foi muito abuso). Isso tudo é um desaforo à essa sociedade rancorosa, preconceituosa e hipócrita que vocês tiveram a má sorte de escolher pra viver. Vocês são culpados por terem nascido no nosso tempo mas pensavam com uma cabeça 50 anos na frente.
Embora estejamos comemorando no mundo inteiro os 60 anos da Declaração Universal do Direitos Humanos, isso não quer dizer que vocês já podiam usar uma bandeira em forma de arco-íris exigindo respeito à diversidade pois, a sociedade onde vocês conviviam ainda se pauta pela adversidade e pela intolerância hipócrita com as diferenças.
Estava na cara que vocês iriam morrer assim,quando eles dilaceraram o peito do Beto Rocha com aquelas facadas, estavam na verdade, cortando o próprio peito, eles queriam tirar de dentro do peito do Beto o que tinham dentro do próprio peito mas não tinha coragem de assumir. Quando jogaram o corpo de Dantas dentro daquele igarapé, também estavam querendo lavar a própria alma de tudo sentimento que carregam no peito mas não têm coragem de botar pra fora em forma de carinho, afeto e amor como vocês fizeram a vida inteira.
Quando imobilizaram o corpo de Zé Alexandre, eles estavam tentando imobilizar dentro deles mesmo toda carga de desejo proibido que carregam no peito mas por uma convenção social
e um sentimento religiosos raivosos não o deixa sair das próprias amarras.
Quando eles encheram a boca do Zé Alexandre de sabão, deram a pista mais significativa do sentimento que envolve esses monstros, eles queriam lavar neles mesmos toda sujeira emocional que carregam na alma e que não podem expor em público.
Portanto meninos, vocês são os culpados por suas próprias mortes porque vocês fizeram eles se descobrirem, vocês despertaram neles os monstros adormecidos que permeiam as mentes doentias que insistem inclusive em não aceitar que esta barbárie cometida contra vocês não foi um crime de homofobia.
Por culpa de vocês, nós simpatizantes e menos preconceituosos, vamos sair às ruas protestando contra a violência, a indiferença, o ódio e pedindo justiça, enquanto seus algozes enrustidos e travestidos de democratas e cidadãos conscientes vão nos observar das calçadas e sacadas, alguns até vão nos aplaudir e hipotecar apoio, mas, dentro do próprio peito, eles já escolheram a próxima vítima para nossa próxima passeata.

* Mestre em Direitos Humanos

Artigo publicado no Jornal Página 20, 09/07/2008

terça-feira, 15 de julho de 2008

(As pessoas não compreendem nem o louco nem o sábio. É difícil distinguir um do outro, por isso)

por Rodox, o menino do dedo verde

(do blog plantas que falam)

Um amigo no trem - papo de msnm






Dan diz:
aí a dúvida mora em voltar e terminar a faculdade, ou ir pra europa e ir conhecer o mundo um pouco mais.....

crellier@hotmail.com diz:
hehehehe

Dan diz:
nenhum amor, nesse sentido namoresco

Dan diz:
mas to amando o palhaço que to fazendo, aprender ingles, xadrez....

Dan diz:
e aprendendo a conseguir ficar em paz comigo..rssrrs

crellier@hotmail.com diz:
mas gira mundo gira peão

Dan diz:
ate a pomba gira ,
huahauahauahauahauhaua
crellier@hotmail.com diz:
saudades mesmo , irmão !!!

Dan diz:
tb

crellier@hotmail.com diz:
vc é um dos meus amigos que passei momentos incriveis, naquele carnaval inesquecivel na Lapa,cantando embriagados de vida Clara Nunes e Chico Buarque, o daime nas pedras de Itacoatiara, as sementinhas mágicas...

crellier@hotmail.com diz:
ah garoto !!!

crellier@hotmail.com diz:
agora um oceano de distancia
Dan diz:
ainda vamos passar carnaval no rio juntos, né?

crellier@hotmail.com diz:
depois de veneza,singapura e africa do sul,podemos até pensar na possibilidade...

Você acabou de pedir a atenção.

Dan diz:
ta marcado então

Dan diz:
nos encontramos na espanha?

crellier@hotmail.com diz:
vamos largar esta vida chata e conhecer tudo, até marte
Todas as mulheres e homens e drogas do mundo ( olha , só as psicodélicas, as quimicas são depre demais)
Dan diz:
putz eu tenho problema com as psicodelicas...

crellier@hotmail.com diz:
hehehehehe

Dan diz:
fico paranoico, perseguido e essas porra

crellier@hotmail.com diz:
então, que a vida seja o combustivel para nossa loucura

Dan diz:
um brinde a vida !!!

Dan diz:
aho

Dan diz:
e tem o haxixe do marrocos !!! rs...

segunda-feira, 14 de julho de 2008

um respiro

Respiro o silêncio de uma nova vida
a gestação de um ciclo novo
sonhos bons e grandes idéias
murmuram em meu sangue
alimenta meus dias de esperança
Mesmo na luta e na dor
tudo é sempre possível
pois somos milagre e mistério
sempre podemos mais
sempre somos mais

não há rótulos nem definições
sempre sobra ou falta

não há forma
não há fôrma

há dança
há música
há energia

A vida em toda sua contradição
e complexidade
celebra a cada nascer do dia
a cada cair da noite
o grande mistério

o milagre da existência

quinta-feira, 10 de julho de 2008

um grito de revolta

Até quando vamos ficar fingindo que nada acontece ?
Quantos amigos vão precisar morrer ?
Quantos outros vão precisar enlouquecer e se viciar e sair por ai ?
Quantas casas precisarão ser roubadas e quantas famílias destruídas ?
Quantas novas bocas serão inauguradas com requinte bem debaixo de nossos olhos?

Até quando vamos perguntar de quem é a culpa ?
Até quando vamos plantar sementes de preconceito em nossas vidas?
Até quando vamos fechar os olhos?
Até quando vamos celebrar a nossa escravidão ?

Até quando vamos ficar em discursos intermináveis ?
Até quando a cegueira vai escurecer nossa realidade?

uma homenagem seca

Mataram o Zé
Mataram o Dantas
Mataram o Beto
Mataram o Aldenir

Mataram uma menina com 19 facadas
Quase mataram uma mãe e um filho em um assalto frustrado

Mataram uma geração matando seus sonhos
Mataram meus amigos, grande parte deles

Caminham mortos entre ruas escuras
Com outros mortos que também matam
E morrem e matam

Amigos que enlouquecem pois a dor é imensa
A existência vazia de uma geração roubada
O silêncio revolto dos cadáveres esquecidos
O sinal do descuido nas nossas televisões

O medo na sua forma mais sinistra
O silêncio de uma tentativa tímida de sorriso
As vitrines assassinas um salário assassino
A sombra de uma geração

A bandeira colorida pisoteada
Cores sujas tristes pelas ruas da cidade
No fervor cínico de uma oração
Celebram o tempo da estupidez e da morte

Mataram o Zé
Mataram o Dantas
Mataram o Beto
Mataram o Aldenir

O grito silenciado em todos os nossos corações
O passo veloz paralizado na utopia de um mundo novo

E tudo vira fumaça no meio do ano
Folhas, sonhos, segredos
Meninos, meninas, amigos

Esfumaceia-se o mundo
Sufocamos nós que não ousamos atravessar
Para o outro lado

Nós que sempre ficamos na beira
Na entrada da porta
Nunca ousamos ver o que está lá
Do outro lado

segunda-feira, 30 de junho de 2008

um dia cinza

Agitação de pensamentos
sensações indecifráveis
esperança dissolvida na bilis
de um estômago revolto

Respiração ofegante
sangue cheio de cafeína
cigarro verde para relaxar
embaralhar todos os pensamentos

A química que a mente produz
despejada na circulação
o corpo tenso afogado
que precisa respirar

a paz de dentro
tranquuiliza o tumulto de fora
respiro no profundo silêncio
do bafo infinito de BRAMA

quinta-feira, 19 de junho de 2008


"UM COPO COM ÁGUA ESTÁ METADE CHEIO

OU METADE VAZIO ?"

(Koan Zen)

quarta-feira, 18 de junho de 2008

Festcine Amazônia abre inscrições para 2008

Estão abertas de 02 de maio a 29 de agosto de 2008 as inscrições para o Festcine Amazônia – Festival de Cinema e Vídeo Ambiental cujo tema deste ano é “Não – A Natureza não pode sair de cena”. O Festival que já é um referencial sobre temática ambiental na região amazônica, realiza sua sexta edição que acontece em Porto Velho, Rondônia no período de 10 a 15 de novembro de 2008.
As inscrições poderão ser feitas através de preenchimento de formulário próprio a disposição dos interessados no site www.festcineamazonia.com.br O material, preferencialmente - Fita Mini DV/NTSC, DVD ou VHS/NTSC do filme/vídeo, deverá ser enviado para o endereço Festcine Amazônia Rua: Paraguai, 320, Morada do Sol 2, Bairro Embratel - CEP: 78900-970 Porto Velho – RO – Brasil (e-mail: fest_cine@hotmail.com e contato@festcineamazonia.com.br).
O Festcine Amazônia a finalidade de divulgar e exibir obras audiovisuais, curta e média metragens, de ficção, documentários, animações e experimentais, com temática ambiental, produzidas em qualquer parte do mundo, desde que legendadas ou faladas na Língua Portuguesa. Cada participante poderá inscrever mais de um filme/vídeo realizado a partir de 2000.
De acordo com a comissão de organização apesar de colocar em evidência o tema ambiental e de fomentar a discussão e reflexão sobre as causas ambientais, o festival é aberto para a inscrição de todo e qualquer gênero de produção e que estão aptos a se inscreverem os filmes (35 ou 16 mm), vídeos produzidos em qualquer formato, com duração máxima de 26 minutos. Obras com tempo superior a 26 minutos, poderão ser inscritas e exibidas nas mostras itinerantes dos bairros e cidades, fora de competição.
A premiação está dividida nas categorias: Melhor filme e vídeo que concorrem igualmente ao Troféu Mapinguari e uma câmera de vídeo digital. Prêmio Danna Merril para Melhor Documentário; Prêmio Major Reis para Melhor Animação; Prêmio Vitor Hugo para Melhor Ficção; Prêmio Manoel Rodrigues Ferreira para Melhor Experimental.
A Mostra premia também o Melhor Roteiro (Prêmio Chico Mendes); Melhor Montagem (Prêmio Marina Silva); Trilha sonora (Prêmio Povos Indígenas de Rondônia), fotografia (Prêmio Silvino Santos) e ainda Prêmio Capô (Maurice Capovilla): Linguagem; Prêmio Melhor Direção; Prêmio Melhor Ator; Prêmio Melhor Atriz; Júri Popular; Prêmio Thiago de Mello – Troféu Esperança; Prêmio ABD-RO/Lídio Sohn para Melhor Documentário. Incluindo premiação para a melhor produção rondoniense (Melhor Diretor; Melhor Roteiro; Melhor Montagem; Melhor Trilha Sonora Original).
As reportagens com temática ambiental também estarão concorrendo à premiação, divididas em melhor vídeo reportagem ambiental, melhor reportagem ambiental rondoniense e melhor reportagem ambiental nacional. Segundo os organizadores esta categoria foi criada especialmente por indicação do júri de seleção de 2004, tendo em vista o grande número de trabalhos inscritos por profissionais que trabalham em TV.
Assessoria de Imprensa Festcine Amazônia

segunda-feira, 16 de junho de 2008

para F...K

Hey, menino, quero lhe dizer que a vida, apesar de dura, vale a pena ser vivida com plenitude.
Olhe o sol, perceba as possibilidades. É a hora de acordar. Abrir as cortinas da alma, desvelar se. O mundo, com todas os seus paradoxos, te espera. Teus amigos também aguardam o seu sorriso, que anda tão longe...sumido
Ah! menino, tem de aprender de novo a dançar, a assistir um bom filme, a ficar quieto
só curtindo o sol. Aprender a respirar, lenta e profundamente
Agora é hora de viver. Os porões da mente já não suportam mais a pressão da vida querendo manifestar se. A angústia deve dissolver se no lirismo e os sonhos não podem ser mais reflexos de seu feitor.
Deve sonhar com aguias e condores, ate mesmo com beija flores, não mais com algemas.
Ah menino, sua trajetoria de Sisifo pelas ruas soturnas...passos pesados e tristes enquanto carrega no peito o milagre da vida...
por que choras?
por que nao fala de coisas bonitas?
quando se perdeu de si mesmo ?
continua, anda, desespera-te
Menino de coracao criança, assustado com o próprio monstro que alimentas noites sem fim.Um dia, menino, se não te deres contas do sol, ele vai acabar devorando te...
Quero falar lhe dos filmes e livros que tanto me inspiram. De Budha e dos meus infindáveis projetos. Quero ouvir contigo aquela boa musica cubana que se amarra. Quero os bons e, somente, os bons momentos. De maus, nossas vidas ja estão sufocadas.
Quero te levar para conhecer o oceano, ao invés de te ver sempre se afogando em ondas enormes, na arrebentação. Um barco de bandeira branca içada, livre ao vento, no mais profundo azul. Neste barco, menino, a noite escura se dissolverá no azul e voce, pela primeira vez, vai abrir os olhos. Tão profundo e infinito oceano azul.

quarta-feira, 4 de junho de 2008

Entre tangos, bonecos e cultura !!!


Fica aqui registrado os meus parabéns a equipe da Usina de Arte e Teatrão. O povo precisa mesmo de cultura, de qualidade e bom preco.

O grupo Giramundo foi incrivel, me emocionei vendo os mitos africanos sendo mostrados de forma tão lúdicas, a história de Pinocchio com uma montagem tão sensível e a lenda de Cobra Norato toda modernista. Teatro do bom !!! Oportunidade rara podermos assistir os melhores espetáculos do Giramundo durante este mes.

Foi de arrepiar ver o Teatrão meia noite lotado na apresentacão de Entre Tangos e Tragédias. O espetáculo foi delicioso, embalou toda a galera !!!

Espero que continuemos assim, Rio Branco mostrou que tem um publico fiel de Teatro e que a tendencia é só aumentar quantitativa e qualitativamente. Finais de semanas mais inteligentes e culturais...


Só posso desejar MERDA a todos...

segunda-feira, 2 de junho de 2008

O PROFETA DA GENTILEZA


A primeira vez que eu ouvi falar sobre o Profeta tinha 5 anos. Início da década de 80, época de Roque Santeiro e desbunde, apesar de só desbundar anos mais tarde.
Valparaíso, minha cidade natal, no interior de São Paulo, é dividida pela linha do trem. Naquela época eu morava do lado de baixo dos trilhos e minha vó, no lado de cima. Alguns quarteirões nos separavam, nunca tinha ido sozinho para a casa dela. Mas naquele dia, cheio de coragem resolvi ir.
O jardim municipal, naquela época ainda com árvores frondosas, mundo vasto e misterioso, ficava logo depois da linha férrea. Foi ali, naquele lugar cheio de árvores antigas e aposentados, que vi pela primeira e última vez o Profeta.
A visão daquele homem me apavorou, cabelos brancos e longos, assim como a barba. Flores numa mão e na outra um estandarte. Discursava para alguns desocupados e aposentados. Queria correr, mas o medo veio acompanhado de curiosidade e fascínio. Na minha mente infantil só pensava em um personagem que marcou a minha infância, o Beato Salú.
Ainda não podia imaginar que aquele velho senhor trazia consigo uma mensagem tão urgente para o nosso mundo, GENTILEZA GERA GENTILEZA. Tratava se de José Datrino, o profeta Gentileza.
Ele tinha família em Valparaíso e muitas vezes, deixava o Rio de Janeiro para espalhar sua mensagem tão necessária.
Cheguei surpreso na casa de minha vó, ela estava aflita, minha mãe já tinha ligado mil vezes para saber de mim. Mas, mais aflito estava eu que quase atropelei as palavras para dizer que tinha visto o Beato Salu no jardim de Valparaíso.
A segunda vez que o Profeta Cruzou a minha vida foi através de uma linda menina , de olhos tão azuis quanto os dele. Era Luciana, sua sobrinha, por quem me apaixonei perdidamente. Luciana, a que fugia pela janela para ir nos bailes do falecido Valparaíso clube. Tinha alguma coisa de loucura, alguma coisa de inocência. Com ela, aprendi um pouco mais sobre o seu tio, figura fantástica... Gentileza sempre permeou minha vida, quando cheguei no Rio de Janeiro para fazer faculdade fiz questão de ir conhecer seus escritos no viaduto do Caju. Um livro ao céu aberto.
As expressões que ele utiliza são muito interessantes, critica o capetalismo, criou um código próprio de escrita numa grafia ímpar. Além de mensagens ecológicas, clamando um mundo mais ético.
José Datrino iniciou sua jornada espiritual após o drástico incêndio de um circo em Niterói. A tragédia o tirou de sua vida ordinária, como dono de uma frota de caminhões e o trouxe para um mundo novo, morria ali José Datrino e nascia o Profeta Gentileza.
Após o episódio no circo, comprou vários tonéis de vinho bom e distribui aos seus empregados, quando as pessoas iriam agradecer ele dizia Não digam obrigado, ninguém é obrigado a nada, digam estou agradecido.
Dias depois mudou se para o terreno aonde o circo se incendiou , derrubou uma cruz que haviam colocado lá em homenagem aos mortos e substituiu por um jardim de flores. Os parentes das vítimas iam ao seu encontro para serem confortados. Nascia aí sua compreensão sobre a importância da Gentileza que gera Gentileza.

A partir de então, dedicou sua vida a espalhar suas máximas, também ficava muito bravo com as mocinhas de saias curtas. Achava um desrespeito...Gentilileza foi um personagem muito popular nas barcas entre o Rio de Janeiro e Niterói. Fazia o percurso várias vezes no dia, espalhando suas palavras. Criando amigos, se popularizando.

Houve um homem enviado por Deus. Seu nome era José Datrino, revelado depois como Profeta Gentileza. O incêndio de um circo com centenas de vítimas foi a oportunidade para que irrompesse seu carisma profético.---Largou tudo e começou a consolar as vítimas. Ofereceu o vinho da alegria a todos que podia. Construiu um jardim no lugar do circo. Circulou pelo Brasil para depois fixar-se definitivamente no Rio."
Leonardo Boff

Após sua morte, seu livro aberto nos pilares do viaduto do caju foi coberto de cinza. A falta de sensibilidade política, mandou apagar tudo com cal. O que sensibilizou Mariza Montes a criar uma linda canção de protesto e homenagem, ao Profeta

Apagaram tudo
Pintaram tudo de cinza
Só ficou no muro
Tristeza e tinta fresca

Para os que passam apressados
Pelas ruas da cidade
Merecem ouvir as palavras de Gentileza

Por sorte, o filósofo e professor da Universidade Federal Fluminense, Leonardo Guelman, realizou um projeto para recuperar e restaurar o livro urbano do Profeta, hoje é possível conhecer seus escritos no Viaduto do Caju, próximo a rodoviária Novo Rio.

Os escritos do Caju representam a obstinação e o desejo de um Profeta em fazer perenizar o seu verbo. A solução, por ele encontrada, mostra a agudeza de seu senso estético. Pilastras de sustentação de um viaduto, aparecem-lhe como tábuas de ensinamentos na cidade. Esta apropriação da paisagem, levada adiante nos seus escritos, marca, profundamente, uma mudança na apreensão da imagem daquele local. A partir de sua intervenção, seu Livro Urbano torna-se a própria referência daquele território da cidade.
Leonardo Guelman

Gentileza andava com uma longa bata branca, flores nas mãos e um catavento, que dizia ser para esfriar a cabecinha da humanidade. No seu mundo simbólico e lúdico, deixou uma mensagem para refletirmos com muita seriedade

A Gentileza


Hoje em dia Gentileza atravessa a minha vida através de seu significado enquanto mito e símbolo, através de sua mensagem.
No atropelo do dia a dia, pessoas, atitudes e palavras gentis, relacionamentos gentis, negócios gentis, são raros.
A pressa deste mundo de controle remotos, de desconfiança, desta matrix virtual em que vivemos , as relações humanas cada vez mais sem contato , sem calor, nos leva a uma existência neurótica e sufocante.
A gentileza essencial nos torna sempre melhor, mais amigos, mais irmãos, mais solidários, mais vizinhos. A idéia da Gentileza pode expandir se ao meio ambiente, a mãe terra. Devemos ser gentis com a natureza para garantirmos a sobrevivência de nossa espécie. Por um mundo mais saudável e humano.

sexta-feira, 23 de maio de 2008

O salmo na Umbanda !!!


Oxalá é meu Pastor, nada me faltará
Deitar-me faz nos verdes campos de Oxossi
Guia-me Pai Ogum mansamente nas águas tranquilas de Nanã Buruquê
Refrigera minha alma Pai Abaluaê
Guia-me mãe Oyá pelas veredas da justiça de Pai Xangô
E ainda que eu ande pelo vale da sombra e da morte de Omulú
não temerei mal algum, porque Zambi está comigo
Pois o cajado de Oxalá é meu guia na direita e na esquerda
Me consola mamãe Oxum
Prepara uma mesa cheia de vida para mim, oh mãe Iemanjá
Exú e Pombo gira afaste de mim os inimigos da caminhada
Unge a minha coroa com o óleo consagrado de Olorum
E o meu cálice que é meu coração transborde com a pureza de Ibejada
E certamente, a bondade e a misericórdia de Oxalá estaram comigo por todos os dias de minha vida!".

terça-feira, 20 de maio de 2008

O Girassol

Por entre as mãos, carrega um girassol, impossível de imaginar ele a carregar um girassol. Talvez um baseado ou mesmo um livro pessimista. Nunca um girassol.
Se aproxima com o mesmo andar pesado, desajeitado, do dia que eu o conheci. Há quanto tempo isso , meu Deus ?! Tatuagem mal feita no ombro, um índio sem cores, a não ser a cor morena da pele a preencher a face do desenho.
Mas, onde diabos tinha arrumado áquela flor ?
Penso melhor, o girassol até que combina com ele: grande, desengonçado, radiante. O que não combina com é o fato dele estar segurando uma flor, definitivamente, ele não combina com flores. Cactos talvez. Se quiser, ele me explica, aquieto a curiosidade.
Continua a caminhar em minha direção, será que vai me dar o girassol ? Quase ri do absurdo que penso. Não é do feitio dele dar presentes, ainda mais uma flor. Melhor não rir, detesta que riem de sua cara, não que eu fosse rir de sua cara, mas sim, do inusitado. Por que ele é tão bravo ? Ranzinza ? É assim desde que eu o conheci, há tanto tempo. Mas ele consegue rir de coisas tão banais que eu não entendo. Quem sabe , envelheci...
Se ainda estivesse segurando um martelo para martelar qualquer coisa, um butijão de gás para substituir o da cozinha que está quase no fim, um garrafão de água. Não, ele - insistentemente - carrega um girassol.
Poderia ser um presente, mas quem, conhecendo - o daria lhe um girassol ? Poderiam lhe presentear com uma camiseta nova - que ele está precisando - , um perfume, até mesmo um gato. Definitivamente, não um girassol.
Passa por mim sem me olhar, detesto quando ele faz isso, com o olhar em qualquer outro canto do universo. Vai em direção a cozinha. O segui com o olhar até onde foi possível. Por que Van Gogh também pintou girassóis ?
Ele volta sem girassol, segue seu destino em direção a varanda aonde persiste em terminar de pintar o muro. Lembro do dia que nos conhecemos e das coisas que passamos para estarmos , finalmente, juntos. Nosso maior campo de batalha foi os nossos corações permeada por nossas diferenças que tanto nos atraiu.
Vou até a cozinha. O girassol, incrivelmente amarelo, está lá. Numa jarra de vidro com água. Na geladeira , um bilhete escrito rápido, de caligrafia ainda mais rápida:

" Girassóis sempre buscam o sol"

enquanto chove

Enquanto chove
Pensamentos solares iluminam os olhos
iluminam o que deveria ser luz

caio quieto
em minha poltrona de colcha azul
o livro velho entre meus joelhos
as gotas na roseira já sem flores

chove pouco, mas chove
procuro pelo sol nas nuvens da mente
tudo inunda dentro
dentro de mim

sou agora alagação
tempo fechado cinza
chuva grossa tempestade
procela chumbo , inundado

e a certeza que escondido
por detrás das nuvens negras
brilha o sol

domingo, 11 de maio de 2008

Homenagem ao dia das Mães

Por Kalil Gibran
in: O Profeta

Uma mulher que carregava o filho nos braços disse: "Fala-nos dos filhos."
E ele falou:
Vossos filhos não são vossos filhos.
São os filhos e as filhas da ânsia da vida por si mesma.
Vêm através de vós, mas não de vós.
E embora vivam convosco, não vos pertencem.
Podeis outorgar-lhes vosso amor, mas não vossos pensamentos.
Porque eles têm seus próprios pensamentos.
Podeis abrigar seus corpos, mas não suas almas;
Pois suas almas moram na mansão do amanhã, que vós não podeis visitar
nem mesmo em sonho.
Podeis esforçar-vos por ser como eles,
mas não procureis fazê-los como vós,
Porque a vida não anda para trás e não se demora com os dias passados.
Vós sois os arcos dos quais vossos filhos são arremessados como flechas vivas.
O arqueiro mira o alvo na senda do infinito e vos estica com toda a sua força
Para que suas flechas se projetem, rápidas e para longe.
Que vosso encurvamento na mão do arqueiro seja vossa alegria:
Pois assim como ele ama a flecha que voa,
Ama também o arco que permanece estável.

TrANQUEDO

O menino deslizou por entre o barro
Um dia de verão, sem fumaça e com um pouco de chuva
Enlameado, entregou - se ao barro de Nanã
Que por um instante
Não se sabia o que era menino
O que era terra molhada

Nenhuma pipa no céu
pois cinza está o céu e chove
chuva fina, rala
que molha dentro de D Chaguinha
entre as onze horas nos vasos de garrafa pet
graciosamente pendurados na janela de madeira
Olhos verdes e chuvosos
Dos tempos de um seringal que não volta mais

Ruelas de terra molhada
por onde caminha o quase pedreiro
passos ligeiros,curtos,obstinados
As notas apertadas entre os dedos
na esperança de um boqueiro
- depois da esquina, depois da lama -
para satisfazer lhe o desejo
do corpo e da mente
nunca da alma, eterna e livre
um pouco mais de tormento
e a clpra depois entre cimento
tijolos e a lembrança da mãe
com olhos indígenas
pele indígena
coração ancestral

Outro menino a lambuzar-se na lama
mais outro e outro
e a tarde vira uma festa
até mesmo no coração molhado de D Chaguinha
Pingos d´àgua no telhado brasilit
e pelas folhas dos açaizaeiros
o menino quase pedreiro
volta de passos ainda mais ligeiros
com a certeza de seu ópio
entre os dedos amarelos
e a mão calejada de cimentos e sonhos

uma tarde de chuva fina, rala

tranquedo

quarta-feira, 7 de maio de 2008

Almanaque Aquiry - Dia De Mingau

Da coluna de Luís Carlos, A Gazeta, 06.05.2008

" Até que enfim saiu algo que não cheira ao bolor oficial na TV Aldeia: o programa Almanaque Aquiry, leve, dinêmico, é interessante. Araruta teve o seu dia de mingau."

depois desta , o mingau continua apetitoso...todas as quintas feiras, as 20:30 na TV ALDEIA , com reprise na sexta as 12:30, sábado 21:00 as e domingo as 21:30 hs...

quinta-feira, 1 de maio de 2008

A favor do preconceito

Os seis vereadores que votaram contra o projeto da vereadora Ariane Cadaxo (PC do B), que instituía o dia 17 de maio como o “Dia Municipal contra a Homofobia”, deram sua parcela de contribuição para o aumento do preconceito e do número de assassinatos diários que acontecem no Brasil, apenas porque as vítimas são homossexuais.

da coluna GIRO GERAL
por Moisés Alencastro

As flores de cusco


Diário de Bordo Festcine Amazônia - A Caminho de Cusco

Por Ismael Pinheiro

AMIGOS,

Janaína se aproxima e diz: pelo menos o céu está lindo. Olho para cima e não deixo de admitir. Ali estão todas aquelas estrelas que em livros de geografia tinham aqueles desenhos representados, dos quais eu nunca consegui realmente ver o sentido. A não ser uma panela, que eu desenhava mentalmente.

Mas o céu estava lindo.

Baixo o olhar e vejo seu Geraldo, o motorista, embaixo da van. É o quarto problema só esta noite. Eu ainda não saberia,mas o próximo faria com que a equipe pela segunda vez passasse a noite na carretera peruana.

Estamos exaustos, com frio, sujos e com sono.

Um pouco atrás:

Marcapata impressionou pelas nuvens que nos atravessam, pela hospitalidade do povo, pela comida duvidosa e pelo frio intenso.

Mas Cusco ficará na lembrança. É uma cidade cosmopolita, que une o tradicional e o moderno. Tem gente bonita de todos os tipos e lugares. Suas ruas pequenas encantam. Me apaixonei.

Chegamos e ficamos hospedados no hotel de um holandês que cobra até pela água da recepção.

Logo resolvi dar umas bandas pela cidade. Sobe aqui, desce ali, me perco por aquelas ruas estreitas. Onde estou? Vejo um bondinho desses que fazem trajetos turísticos e pago o mico. Subo e vou conhecer a cidade dessa forma. É uma hora de viagem. Vejo o estádio do Cienciano e lembro que leo pediu uma camisa deles, mas não vou poder levar.

A guia explica o que vemos, mas eu não presto atenção a ela, mirando outras paragens mentais. Subimos ao topo da cidade. É onde compro um xadrez inca (toma-te mika). Chique.

Aliás, falar em chique, almoçamos num restaurante digno de Amaury Jr, que se me visse brindando a taça de vinho com dona Marli, mãe de Levy, certamente me entrevistaria. Pareço algo como o omar shariff, com meu bigode e cavanhaque. No prato, llhama e alpaca, e um peixe ótimo chamado cheviche.

E a noite de Cusco?

Bom, que michelle não me ouça,mas durante três horas fiquei perdidamente apaixonado por uma cantora negra chamada sheyla, que canta blues, reggae, soul. Estamos num bar chamado Roots, eu e Sergio, um figuraça. Havíamos jantado num bar pequeno, como todos, e aconchegante, como todos. A decoração misturava instrumentos e equipamentos antigos na parede. Coisas como saxes, foles, acordeãos.

Todos resolveram voltar ao hotel. Eu e sergio fomos desbravar a noite. Primeira parada: um bar com uma banda de cabeludos tocando metallica. Não estou muito testosterona essa noite, para encarar com agrado aquilo. E tenho a impressão que o vocalista desafina.

Menos de meia hora depois estamos na rua. Vamos ao roots. É um bar meio reggae. O povo lá me parece mais interessante a primeira vista. Me sinto em casa.

Sheyla, a negra li, a dani sá do peru, está por ali, bebericando algo que me dá curiosidade em saber o que é. Eu e sergio nos abalconamos e quase caímos pra trás com o preço da cerveja: dez soles. Puta madre!!

Sheyla começa a testar o equipamento. A banda improvisa, ela vocalisa e vez em quando dá uma dançadinha. Eu e sergio babamos. Então começa. vejam bem amigos: ela emenda uma versão poderosíssima de Come Together, dos Beatles e emenda com Rehab, de Amy Winehouse. Nesse momento, já estou mentalmente ajoelhado beijando os pés dela e dizendo: venha deusa inca!!!

De manhã partimos para Machu Pichu. Metade da turma tá estropiada. Jurandir bateu no hospital, Golda quase desmaiou duas vezes, delano e neguinho tb. Eu estou acometido de um desarranjo terrível. E por aí vai.

Querem saber? Sinceramente?

Machu Pichu é programa de índio. No mau sentido. Tudo muito organizadinho, burocrático,caro, cheio de japonês. E onde tem japonês...

É claro que a paisagem deslumbra. Deito na grama à sombra e fico pensando nos erros e acertos da vida, olhando as montanhas.

Tb não dá para deixar de pensar que esses incas consumiram muita folha de coca para ter a idéia de subir esse morro e construir esse troço maluco aqui em cima. O roteiro dura duas horas. Há uma viagem de trem muito bacana e uma parada no vilarejo de machu pichu, que é muito bonito.

E comércio artesanal pra tudo quanto é lado.

A volta de cusco é complicada. Como os dois carros pregaram e ficaram em marcapata, voltamos de táxi e de uma van alugada. Só que a van é conduzida pelo mesmo figura que quase nos mata da vez anterior. E quase faz isso novamente ao derrapar à beira do precipício.

Levy vai à loucura.

Foi uma noite péssima. O frio absurdo, eu um pouco febril. Todos cansados e com algum tipo de problema. Chegamos em Marcapata, apenas para trocar de carro.

Seguimos viagem pela cordilheira. É uma viagem difícil,com a van trôpega e guerreira.

Como eu disse antes. A equipe acaba tendo que ficar dormindo na estrada.

Queremos chegar, queremos partir.

Quando atravessamos a balsa de porto maldonado nos parece que estamos a ponto de desabar. Todos estão no limite.

Na barreira peru brasil, policiais corruptos ainda esfolam o bolso de levy para dar o carimbo de saída. Entramos no acre. Dormimos em assis brasil. De manhã café da manhã brasileiro, com direito a tapioca. Delícia.

Em brasiléia almoçamos numa churrascaria. Feijão. Feijão, feijão.
Na caminhonete Levy liga o rádio e Zé Ramalho canta chão de giz. “No mais estou indo embora”. Bate uma emoção estranha.


Chegamos em porto velho conscientes da missão cumprida. Com perdas e ganhos, dores e contentamentos. Recomeços virão. Sempre virão.

Vejo meu filho dormindo, deito ao lado dele e o abraço. Desmaio em seguida.

Resta Belém. Sempre Belém.