quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Arte na Ruína





Depois de uma rápida visita a salvador, em uma reunião da Abd, com todos os Estados do Brasil, cá estou eu em Xapuri, no projeto Revelando os Brasis, dando um suporte técnico para a galera do Arte nas Ruínas, na produção de um vídeo.

A idéia me seduziu logo de cara. O grupo formado por jovens artistas xapurienses é ousado e inovador. Invadiram as ruínas de uma antiga delegacia, a menos de 100 mts da casa em que Chico Mendes foi assassinado e resolveram transformar o local em uma galeria de idéias e manifestações artísticas.

Dentro de um contexto político e cultural em ruínas, como é o de Xapuri, o grupo vem provocando reflexões e, sobretudo, criando um espaço para discussões filosóficas e manifestações estéticas de improviso e provocativas.
O grupo ainda tem muito o que amadurecer , porém a proposta já vale o espetáculo.

A ruína também contribui para a criatividade destes jovens transbordarem. O espaço é a céu aberto o que possibilita a visão de um céu sempre estrelado. As paredes cheias de mensagens e assinaturas dos antigos prisioneiros. Até o atual governador do Acre, Binho Marquez, já foi cativo naquelas celas. Em épocas de faroeste e pistoleiros.

A ruína da delegacia também serve de metáfora para as mentes e corações efervescente dos integrantes do grupo. O espaço que antes servia para aprisionar, hoje liberta a veia artística de cada um.

O vídeo flutua entre o caos de idéias e pensamentos. Quase um laboratório. O jorro frenético de uma fonte criativa sem muita preocupação com ordem ou organização. Um frenêsi de situaçoes, uma grade epifania.

Que Dionisio no alto Olimpo ou no profundo Hermes possa abençar e inspirar cada vez mais esta trupe.



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