( escrito para prefácio do Livro em comemoração aos 80 anos de minha cidade natal: Valparaíso )
Valparaíso - 70 anos em 26
Escrever sobre Valparaíso !!!
Pudesse eu afastar o morador, aquele que cresceu em suas terras e falar sobre Valparaíso com o olhar forasteiro, talvez aí pudesse ser menos nostálgico e mais objetivo. Impossível.
Escolhi escrever em primeira pessoa, com o coração do jovem que nasceu nestas terras e carrega pra onde quer que vá esta mansidão interiorana, esta alma de fazendas e charretes na rua. Não acredito ter a maturidade necessária para escrever sobre os 70 anos de Valparaíso, arrisco algumas linhas, ousadia de minha parte, de refletir livremente minha cidade. Buscando o olhar de quem está de longe, do outro lado do Brasil,nunca o olhar forasteiro.
Quando penso em Valparaíso, a primeira coisa que me vem em mente são os amigos. Os grandes amigos. A cidade, talvez pelo seu tamanho, é propícia a grande amizades, destas de se levar pra vida inteira. Sempre que penso em amigos, penso nos amigos Valparaisenses, mesmo tendo conquistado amigos por este mundo a fora. Mas os amigos de infância são como irmãos, existe aquela identificação de origem, pois mesmo estando espalhados por aí, quando nos encontramos fazemos parte desta mesma terra natal, deste mesmo chão. Olha que eu sou jovem ainda, imagino os amigos de décadas, quase um século, os filhos dos primeiros aventureiros a chegarem por estas terras, aqueles tropeiros exploradores. Fazendeiros do café e seus empregados vindos do Brasil todo. Geração pós geração se encontrando , se perdendo e se reencontrando.
Em minhas épocas, a celebração da amizade era concretizada nos deliciosos bailes do falecido ( com muito pesar ! ) Valparaíso Clube. Quem não se lembra dos bailes do Havaí e no final da festa, entre melancias e laranjas, o banho coletivo e tradicional nas piscina do clube. O traje florido: camiseta estampada e bermuda branca para os homens e vestidinhos florais para as mulheres.
Os caranavais, então ? Devia ser um dos melhores da região. Ao som das marchinhas, foliões multicores desfilavam suas fantasias e distribuíam suas alegrias. Não posso esquecer do Tio Du, ainda não tinha idade para entrar nos bailes carnavalescos noturnos, era apenas um folião mirim aproveitando as matinês de domingo, mas passava a noite vendo sua transformação, tamanha a produção e originalidade de suas vestes. Não dá pra esquecer quando se vestiu de Natasha, a vampira da novela Vamp e entrou dentro de um caixão no meio do salão. Promovendo um estranhamento e uma explosão de risos. Ou quando foi de Michael Jackon e Perpétua. Tempos bons, representava naqueles personagens uma época boa, um momento que perdeu lugar para um posto de gazolina e uma cacofonia de sons. Leonardo e Calipso. Raul Seixas e Dire Street. preciso confessar: acho que de certa maneira Valparaíso encaretou.
Agora permito a imaginação fluir solta e ir para um tempo antes de meu nascimento. Dou vida em minha mente, em minhas memórias da fantasia, ás festas na roça, aos arrastapés nas fazendas de café, sob a luz bruxuleante dos lampiões. Quantas famílias inteiras não nasceram dali. Ao som da sanfona e a poesia simples e direta das modas de viola. Tempo de carro de boi e rua de chão. Tempo de cachaça e de café. Penso nas festas de Junho. Viva São João e Santo Antõnio !!! As fogueiras queimando e o menino nascido de improviso em sua casa no Aguapeí subindo o pau de sebo, montando bezerro bravo, corrrendo atras de passarinhos nas sobras de mata por ali.
Por falar em festa, como não pensar nas festas do peão. Tradição vinda junto com a pecuaria e que devagarzinho foi se transformando até os rodeios, a moda de viola cedendo lugar ao sertanejo e as bonitas moças vestidas de bota cano longo e os rapazes de chapéu cowboy americano. Aonde está o chapéu de palha do japonês da horta ? do peão em cima do boi ? Do lavrador em sua roça de melancia ?
O rodeio se afirma como manifestação cultural, cria toda uma geração de jovens cowboys de calça wrangler e marlboro na boca. A economia pecuaria se afirma na cidade enquanto o café declina. O rodeio torna se a grande festa popular, aonde toda a sociedade se reúne em barraquinhas de churrasquinho, deliciosos por sinal, encontra se o mineiro vindo de fora e o fazendeiro, a empregada doméstica e a dona da loja. A manifestação da economia da cidade em forma de festa. Festa pelo menos para os humanos, não diria o mesmo em relação aos bois. Ironia minha.
Não poderia deixar aqui de fazer minha homenagem aos queridos loucos transeuntes destas ruas, figuras quase míticas que acompanharam minha infância e tenho certeza a de muitos outros Valparaisenses. Quem não se lembra do Vartão, praguejando pelo jardim, triste mesmo foi sua morte, mas deixa isso pra lá. Ou do Miro, ou da Tereza doida ? Figuras que desafiavam nosso cotidiano de bancos e trabalhos e nos remetiam a um univeros quase lúdico. Uma performance puramente humana nos acordando para outras dimensões da nossa existência.
Ainda dentro destas memórias lúdicas, lembro do Profeta Gentileza, nascido em Mirandópolis, mas com grande parte da família por aqui. José Datrino o profeta de longas barbas brancas que muitas vezes fazia suas pregações na linha do trem ou no jardim municipal. Espalhando sua máxima brasil a fora, inclusive valparaíso: Gentileza gera gentileza. Uma vez, devia ter meus 5 ou 4 aninhos, ía solitário para casa de minha vó quando deparei com aquela figura mágica, quase sobrenatural, primeiro a emoção depois o grande susto. Abri o bocão chorando. Choro sincero de criança. Era tempos de Roque Santeiro, a novela estava no ar fazendo grande sucesso, quem não se lembra do Beato Salú. Para mim era ele ali na minha frente, em carne e osso. Perâmbulando por Valparaíso.
Nada me fascinava mais do que os palhaços da folia de reis. Falavam rimado e dançavam em passos compassados, antigos, misteriosos. Lembro das folias de maneira poética, nas casas levando sua tradição, sua música e magia. Tradição esta que foi se dissolvendo durante o tempo. Há poucos anos atras encontrei na Vila Yube um grupo de folia, que tentava reviver seus momentos áureos lutando contra o crescento desinteresse dos filhos daqueles que um dia se enchiam de magia, da própria desmotivação e baixo estima dos integrantes e da total falta de apoio político-cultural. O palhaço, porém resiste, cumprindo sua missão sagrada. O clown é aquele ser isento de regras, o único que pode dizer o que bem entende, pois por ser palhaço está liberto de qualquer condição social. De regras e etiquetas.
Por falar em palhaços...os circos que passaram em terras Valparaisenses: circo do Bira, Meloso e tantos outros. contribuindo para a formação criativa de tantos jovens.. Os melodramas após a apresentação no picadeiro. Sempre uma história trágica e tão brasileira, ou o show de música sertaneja. A emoção do globo da morte ou os famintos leões em apresentações patéticas e incríveis. O circo era o meu momento de escapismo. O momento em que a arte na sua forma popular e autêntica se derramava nas ruas de Valparaíso. " Hoje tem marmelada, hoje tem palhaçada o circo chegou ".
Depois do circo as Usinas. A era da cana de açucar. O Alcool. Economia crescente que hoje toma conta da região. Trazendo um certo ar de otimismo esprimido entre duas penitenciarias. A paisagem mudou muito, os arredores da cidade um tapete verde sem fim. Uma chuva de cinzas durante as queimadas. Por falar em quimadas, um espetáculo de transmutação da paisagem. A monocultura canavieira e a promessa de rendas para a cidade. Novas indústrias mudando aos poucos o tamanho e o jeito de se viver na cidade. O progresso chegando, não tenho certeza se de maneira sustentável, mas chegndo e marcando presença. Novos moradores trazendo sua contribuição e tentando se enconntrar em uma sociedade de grandes famílias e grandes amigos. Novos tempos se instalando.
O impacto polêmico das penitenciarias, não seria justo não tocar neste assunto, pois talvez seja uma das grandes mudanças nestes últimos 70 anos. Os finais de semana em que a cidade dobra de tamanho, triplica devido aos parentes dos presos. O crescimento na economia da cidade: hotéis e restaurantes e a insegurança dos mais conservadores. Assunto este que merece estudo e calma pra se refletir e escrever.
A problemática das drogas, o crack chegando de mansinho e ameaçando nossa juventude. Juventude esta encurralada e sem opção cultural e de lazer. Nunca soube que posto de gazolina e avenida trouxesse crescimento intelectual e cultural para ninguém. Nossa história se perdendo nas ruínas mal cuidadas da estação de trem repleta de mendigos dorminhocos. Estação pela qual chegaram e partiram nossos conterrâneos. Sinônimo de progresso no passado, hoje um cemitério ferroviário.Lugar em potencial para um centro cultural verdadeiro, um pouco complicado aonde cultura é associada a rodeios apenas.
Nosso jardim, de palmeiras vendidas. Palmeiras do inicio da cidade leiloadas, nossa história de todas as maneiras indo embora. Nosso jardim de mandacaru exótico cortado e por sorte, contemporânea arte em seus muros quase querendo nos alertar: é disso que precisamos - ARTE.
Fico por aqui. Mergulhado em saudosismo. Um saudosismo de antes de eu nascer. Pensando nos guerreiros japoneses assombrando seus conterrâneos. Nos migrantes italianos e mineiros trablhando nas lavouras. Nos namoros na praça e nas saídas das missas. Nos grandes homens e mulheres nascidos nestas terras. Nos irmãos valparaisenses espalhados por este mundo. Nesta jovem cidade tão velha.
Escrever sobre Valparaíso !!!
Pudesse eu afastar o morador, aquele que cresceu em suas terras e falar sobre Valparaíso com o olhar forasteiro, talvez aí pudesse ser menos nostálgico e mais objetivo. Impossível.
Escolhi escrever em primeira pessoa, com o coração do jovem que nasceu nestas terras e carrega pra onde quer que vá esta mansidão interiorana, esta alma de fazendas e charretes na rua. Não acredito ter a maturidade necessária para escrever sobre os 70 anos de Valparaíso, arrisco algumas linhas, ousadia de minha parte, de refletir livremente minha cidade. Buscando o olhar de quem está de longe, do outro lado do Brasil,nunca o olhar forasteiro.
Quando penso em Valparaíso, a primeira coisa que me vem em mente são os amigos. Os grandes amigos. A cidade, talvez pelo seu tamanho, é propícia a grande amizades, destas de se levar pra vida inteira. Sempre que penso em amigos, penso nos amigos Valparaisenses, mesmo tendo conquistado amigos por este mundo a fora. Mas os amigos de infância são como irmãos, existe aquela identificação de origem, pois mesmo estando espalhados por aí, quando nos encontramos fazemos parte desta mesma terra natal, deste mesmo chão. Olha que eu sou jovem ainda, imagino os amigos de décadas, quase um século, os filhos dos primeiros aventureiros a chegarem por estas terras, aqueles tropeiros exploradores. Fazendeiros do café e seus empregados vindos do Brasil todo. Geração pós geração se encontrando , se perdendo e se reencontrando.
Em minhas épocas, a celebração da amizade era concretizada nos deliciosos bailes do falecido ( com muito pesar ! ) Valparaíso Clube. Quem não se lembra dos bailes do Havaí e no final da festa, entre melancias e laranjas, o banho coletivo e tradicional nas piscina do clube. O traje florido: camiseta estampada e bermuda branca para os homens e vestidinhos florais para as mulheres.
Os caranavais, então ? Devia ser um dos melhores da região. Ao som das marchinhas, foliões multicores desfilavam suas fantasias e distribuíam suas alegrias. Não posso esquecer do Tio Du, ainda não tinha idade para entrar nos bailes carnavalescos noturnos, era apenas um folião mirim aproveitando as matinês de domingo, mas passava a noite vendo sua transformação, tamanha a produção e originalidade de suas vestes. Não dá pra esquecer quando se vestiu de Natasha, a vampira da novela Vamp e entrou dentro de um caixão no meio do salão. Promovendo um estranhamento e uma explosão de risos. Ou quando foi de Michael Jackon e Perpétua. Tempos bons, representava naqueles personagens uma época boa, um momento que perdeu lugar para um posto de gazolina e uma cacofonia de sons. Leonardo e Calipso. Raul Seixas e Dire Street. preciso confessar: acho que de certa maneira Valparaíso encaretou.
Agora permito a imaginação fluir solta e ir para um tempo antes de meu nascimento. Dou vida em minha mente, em minhas memórias da fantasia, ás festas na roça, aos arrastapés nas fazendas de café, sob a luz bruxuleante dos lampiões. Quantas famílias inteiras não nasceram dali. Ao som da sanfona e a poesia simples e direta das modas de viola. Tempo de carro de boi e rua de chão. Tempo de cachaça e de café. Penso nas festas de Junho. Viva São João e Santo Antõnio !!! As fogueiras queimando e o menino nascido de improviso em sua casa no Aguapeí subindo o pau de sebo, montando bezerro bravo, corrrendo atras de passarinhos nas sobras de mata por ali.
Por falar em festa, como não pensar nas festas do peão. Tradição vinda junto com a pecuaria e que devagarzinho foi se transformando até os rodeios, a moda de viola cedendo lugar ao sertanejo e as bonitas moças vestidas de bota cano longo e os rapazes de chapéu cowboy americano. Aonde está o chapéu de palha do japonês da horta ? do peão em cima do boi ? Do lavrador em sua roça de melancia ?
O rodeio se afirma como manifestação cultural, cria toda uma geração de jovens cowboys de calça wrangler e marlboro na boca. A economia pecuaria se afirma na cidade enquanto o café declina. O rodeio torna se a grande festa popular, aonde toda a sociedade se reúne em barraquinhas de churrasquinho, deliciosos por sinal, encontra se o mineiro vindo de fora e o fazendeiro, a empregada doméstica e a dona da loja. A manifestação da economia da cidade em forma de festa. Festa pelo menos para os humanos, não diria o mesmo em relação aos bois. Ironia minha.
Não poderia deixar aqui de fazer minha homenagem aos queridos loucos transeuntes destas ruas, figuras quase míticas que acompanharam minha infância e tenho certeza a de muitos outros Valparaisenses. Quem não se lembra do Vartão, praguejando pelo jardim, triste mesmo foi sua morte, mas deixa isso pra lá. Ou do Miro, ou da Tereza doida ? Figuras que desafiavam nosso cotidiano de bancos e trabalhos e nos remetiam a um univeros quase lúdico. Uma performance puramente humana nos acordando para outras dimensões da nossa existência.
Ainda dentro destas memórias lúdicas, lembro do Profeta Gentileza, nascido em Mirandópolis, mas com grande parte da família por aqui. José Datrino o profeta de longas barbas brancas que muitas vezes fazia suas pregações na linha do trem ou no jardim municipal. Espalhando sua máxima brasil a fora, inclusive valparaíso: Gentileza gera gentileza. Uma vez, devia ter meus 5 ou 4 aninhos, ía solitário para casa de minha vó quando deparei com aquela figura mágica, quase sobrenatural, primeiro a emoção depois o grande susto. Abri o bocão chorando. Choro sincero de criança. Era tempos de Roque Santeiro, a novela estava no ar fazendo grande sucesso, quem não se lembra do Beato Salú. Para mim era ele ali na minha frente, em carne e osso. Perâmbulando por Valparaíso.
Nada me fascinava mais do que os palhaços da folia de reis. Falavam rimado e dançavam em passos compassados, antigos, misteriosos. Lembro das folias de maneira poética, nas casas levando sua tradição, sua música e magia. Tradição esta que foi se dissolvendo durante o tempo. Há poucos anos atras encontrei na Vila Yube um grupo de folia, que tentava reviver seus momentos áureos lutando contra o crescento desinteresse dos filhos daqueles que um dia se enchiam de magia, da própria desmotivação e baixo estima dos integrantes e da total falta de apoio político-cultural. O palhaço, porém resiste, cumprindo sua missão sagrada. O clown é aquele ser isento de regras, o único que pode dizer o que bem entende, pois por ser palhaço está liberto de qualquer condição social. De regras e etiquetas.
Por falar em palhaços...os circos que passaram em terras Valparaisenses: circo do Bira, Meloso e tantos outros. contribuindo para a formação criativa de tantos jovens.. Os melodramas após a apresentação no picadeiro. Sempre uma história trágica e tão brasileira, ou o show de música sertaneja. A emoção do globo da morte ou os famintos leões em apresentações patéticas e incríveis. O circo era o meu momento de escapismo. O momento em que a arte na sua forma popular e autêntica se derramava nas ruas de Valparaíso. " Hoje tem marmelada, hoje tem palhaçada o circo chegou ".
Depois do circo as Usinas. A era da cana de açucar. O Alcool. Economia crescente que hoje toma conta da região. Trazendo um certo ar de otimismo esprimido entre duas penitenciarias. A paisagem mudou muito, os arredores da cidade um tapete verde sem fim. Uma chuva de cinzas durante as queimadas. Por falar em quimadas, um espetáculo de transmutação da paisagem. A monocultura canavieira e a promessa de rendas para a cidade. Novas indústrias mudando aos poucos o tamanho e o jeito de se viver na cidade. O progresso chegando, não tenho certeza se de maneira sustentável, mas chegndo e marcando presença. Novos moradores trazendo sua contribuição e tentando se enconntrar em uma sociedade de grandes famílias e grandes amigos. Novos tempos se instalando.
O impacto polêmico das penitenciarias, não seria justo não tocar neste assunto, pois talvez seja uma das grandes mudanças nestes últimos 70 anos. Os finais de semana em que a cidade dobra de tamanho, triplica devido aos parentes dos presos. O crescimento na economia da cidade: hotéis e restaurantes e a insegurança dos mais conservadores. Assunto este que merece estudo e calma pra se refletir e escrever.
A problemática das drogas, o crack chegando de mansinho e ameaçando nossa juventude. Juventude esta encurralada e sem opção cultural e de lazer. Nunca soube que posto de gazolina e avenida trouxesse crescimento intelectual e cultural para ninguém. Nossa história se perdendo nas ruínas mal cuidadas da estação de trem repleta de mendigos dorminhocos. Estação pela qual chegaram e partiram nossos conterrâneos. Sinônimo de progresso no passado, hoje um cemitério ferroviário.Lugar em potencial para um centro cultural verdadeiro, um pouco complicado aonde cultura é associada a rodeios apenas.
Nosso jardim, de palmeiras vendidas. Palmeiras do inicio da cidade leiloadas, nossa história de todas as maneiras indo embora. Nosso jardim de mandacaru exótico cortado e por sorte, contemporânea arte em seus muros quase querendo nos alertar: é disso que precisamos - ARTE.
Fico por aqui. Mergulhado em saudosismo. Um saudosismo de antes de eu nascer. Pensando nos guerreiros japoneses assombrando seus conterrâneos. Nos migrantes italianos e mineiros trablhando nas lavouras. Nos namoros na praça e nas saídas das missas. Nos grandes homens e mulheres nascidos nestas terras. Nos irmãos valparaisenses espalhados por este mundo. Nesta jovem cidade tão velha.
6 comentários:
pois é, tambem acho q a cidade encaretou. As pessoas que ainda moram aqui e viveram essa fase aurea sentem saudades hoje infelizmente os bailes no clube deram lugar ao posto de gasolina com seus carros e sons potentes que infelizmente não tocam musicas boas apenas poluição e retrocesso mental =/
Mas ainda temos lembrança dos amigos e dos bailes no clube q a secreta esperança de que isso um dia volte .
beijo sergio! lindo testo
Oi vivi,
Mas acredito também que é no meio de toda caretice, de toda censura e estupidez humana que floresce o espírito da transformação em nossos corações
Valeu amiga !!!
Nossa ...vivi um pouco disso ,um pouco daquilo.Me vi olhando uma cidade que até tinha me esquecido de como foi um dia.Recordei-me de um dia equilibrando nos trilhos da nossa estação,filosofando com a Anna de como seria o progresso de Valparaiso.Iriámos passar na rua e não mais conheceríamos as pessoas,andar de bicicleta nem pensar ´pois o transito seria intenso...Hoje me deparo com uma Valparaiso que ainda se anda pela rua ,parando aqui ou ali sempre prá uma conversinha.Chego a conclusão Sérgio,que nossa Valparaiso por mais que cresça ,sempre será a menina moça que conheci e aprendi a amar,pois aqui é o meu verdadeiro lar.Cada rua,cada espaço,tem um pouco da minha vida e da vida de quem aprendemos a amar.Valeu pelo testo
Nossa, nem pude evitar que lágrimas viessem a meus olhos, tantas recordações nesse texto, tanta coisa quase esquecida, acho que adormecida...
Mas é isso aí, Valparaiso precisa muito de arte, arte para esperança, para opção às drogas que deixa a cidade quase irreconhecivel àqueles tempos, arte para despertar quem ainda vive lá e nem sabe que vive...
Bem, é isso aí, seu texto é lindo, me fez viajar e me deu tanta saudade!!!
bjos
Maria Inês disse;
Não estamos todos parados, ainda existem pessoas que querem fazer algo pela cultura...É difícil, mas o negócio é começar. Divulgue o nosso livro, talvez alguém tenha algima coisa ,que vale a pena, sobre Valparaíso.
Beijos..Saudades
oi querida, escreve algo sobre o livro que publico no blog. Estou com saudades. beijão
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