quinta-feira, 21 de agosto de 2008

aos amigos

trecho de uma entrevista de Caio Fernando Abreu, para os amigos:

"Para mim, atualmente, companheirismo e lealdade são meio sinônimos de felicidade. Meus amigos são muito fortes e muito profundos, são amigos de fé, para quem eu posso telefonar às cinco da manhã e dizer: olha, estou querendo me matar, o que eu faço? Eles me dão liberdade para isso, não tenho relações rápidas, quer dizer, tenho porque todo mundo tem, mas procuro sempre aprofundar. E isso é felicidade, você poder contar com os outros, se sentir cuidado, protegido. Dei esse exemplo meio barra pesada de me matar....esquece, posso ligar para ver o nascer do sol no Ibirapuera às cinco da manhã. Já fiz isso, inclusive."

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

caquinhos de poema

poesia se faz aos poucos
com caquinhos de inspiração
na pausa entre uma vida e outra
no silêncio profundo da meditação

poesia é passeio no parque
poesia é domingo de sol
poesia é rosa se abrindo
poesia é sorriso de criança

imagens de uma poesia bucólica
emaranhadas no atropelo da vida
fica o poeta de barriga vazia
fica o poeta de cara pro chão

engarrafado e aspero dia
sem por do sol, sem chuva fina
é o sepultamento da poesia
resta o poeta sem rima

Caminha só por todos os caminhos
inundado de inspiração
por onde andas o anuviado poeta ?
ele que só anda na contramão

Aldeias Vigilantes




O Projeto Aldeias Vigilantes desenvolvido pela ONG Amazonlink, visa levar aos indigenas conhecimentos sobre seus direitos, problematizar e refletir questões como biopirataria, repartição de benefícios, entre outros temas pertinentes as populações indígenas e proteção ao conhecimento tradicinal.
O desenho animado Aldeias Vigilantes é um vídeo didático usado nas oficinas de capacitação do projeto Aldeias Vigilantes.Usado como ferramenta para traduzir os complexos temas e assuntos que envolvem a questão da biopirataria para uma linguagem mais acessível.
A direção é de de Sérgio de Carvalho, animação de Pedro ( Pedrinho), produção de Sérgio de Carvalho e Fátima Mendes, produção executiva Amazonlink.Org e desenhos de Clementino Almeida.

domingo, 3 de agosto de 2008

sobre Buritis



dizem que o curupira no mato assovia dizendo:

" Quem anda no mato
quem vê muita coisa
Também cala a boca
também cala a boca "

assim estou eu
de bico fechado.

sábado, 2 de agosto de 2008

Cidadão Silva



Primeiro curta do Nós do Cinema, que tive a oportunidade de trabalhar com a galera. Depois deste trabalho inicial, a galera não parou mais. O Nós sempre surpreendente. Hoje caminha com pernas próprias, despertando em muitos outros jovens carentes o amor pelo cinema.

seu silêncio

seu silêncio
o segredo de seus olhos caídos
coração selvagem

qualquer coisa de triste
no seu jeito de andar
respiração calma
de uma alma em chamas

silencia se tudo perto de ti
pois o teu silêncio inunda
afaga , incomoda
quem não sabe calar

aquieto me em teu peito acelerado
desacelero meus pensamentos
refugio me no seu pensar

ainda não aprendi ler seus olhos
tu que não tem sonhos
que não tem futuro

tu, energia zen do presente
do momento
do agora

nos passos de sua dança
no silêncio de seu ser
me perco , me acho
me calo

para G...

faroeste caboclo



Estou no interior do Estado de Rondônia, na cidade de Buritis. Quando falei com meu amigo Jurandir de Porto Velho que viria pra cá, entre sorrisos ele me disse:" Vai para o faroeste caboclo". Agora , há dois dias aqui entendo porquê.
A cidade está em ritmo desenfreado de crescimento caótico. No final da tarde as nuvens de poeira e fumaça filtram a luz do sol, parece cenário de um filme de ficção científica. Penso em Mad Max.
A economia principal é a madeira. Caminhões e caminhões cheios de toras cruzam a cidade o tempo todo. O complexo de madereiras não param de trabalhar um só minuto. Mineiros, capixabas, paranaenses, paulistas enriqueceram nestas terras amazônicas. Migraram em massa pra cá ´durante toda a década de 80 e 90. Pioneiros, conquistaram terras, venceram o grande inimigo: A FLORESTA.
Derrubaram e saquearam suas árvores, transformaram tudo em pasto. Primeiro o desmatamento indiscriminado, depois a pecuária.
Enfim, muita ambição, muita grana e nenhuma consciência.
Assim caminha a humanidade.